O processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde e a vigilância em saúde do trabalhador na perspectiva da ecologia de saberes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Jane Mary de Miranda
Orientador(a): Braga, Ana Maria Cheble Bahia, Ribeiro, Fátima Sueli Neto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37126
Resumo: No sistema único de saúde a assistência médica hegemônica se baseia no modelo biomédico, atrelado ao sistema capitalista e exclui outros saberes. Este modelo não propicia relações horizontais entre profissionais e usuários, especialmente os agentes comunitários de saúde, que são os profissionais que têm um vínculo mais próximo com a comunidade. Este trabalho se propõe a identificar e analisar os saberes que compõem o cotidiano do processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde, identificando aqueles construídos fora das regras tecnocientíficas e as estratégias adaptadas para o trabalho diário. Para construir a análise desse processo, buscou-se trilhar as sociologias de Boaventura Santos, especialmente os pressupostos da Ecologia de Saberes e a Sociologia das Ausências. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa de cunho social, e a orientação prática se deu na construção de dois grupos focais compostos de agentes comunitários da estratégia saúde da família de territórios diferentes (urbano e rural), no município de Caucaia/CE. As temáticas trabalhadas com os grupos foram: processo de trabalho, vigilância em saúde do trabalhador e os saberes técnicos e tradicionais da saúde. Concluiu-se que a visita domiciliar (principal atividade referida), tem sofrido alterações, distanciando-se da proposta original da prevenção de doenças e promoção da saúde, e no afastamento do trabalho feito no território para a expansão dos aspectos do modelo biomédico de um trabalho fragmentado, a fim de alcançar metas padronizadas estipuladas pela política nacional da atenção básica, descontextualizadas das condições de vida e saberes da comunidade. Desta forma, identifica-se um processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde, fundamentado no saber biomédico e no seu rigor normativo.