Biodiversidade de riquétsias e potenciais vetores da Febre Maculosa em área de interesse epidemiológico no Cerrado Brasileiro, estado de Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Machado, Ingrid Benevides
Orientador(a): Gazêta, Gilberto Salles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25594
Resumo: O estado de Goiás (GO), considerado indene para a Febre Maculosa (FM) até 2012, tem assinalado casos da doença em diferentes regiões sendo, até o momento, o principal estado da região Centro-Oeste para este agravo. O desconhecimento sobre os ciclos enzoótico e epidêmico, bem como diferenças clínicas observadas, fazem dessa região área de interesse epidemiológico. O presente trabalho objetivou analisar a biodiversidade de potenciais vetores e riquétsias em áreas sob vigilância de ambiente ou investigação de casos para FM, em GO, buscando apoiar as ações em saúde. Entre novembro de 2014 a março de 2016 foram coletados 5.294 potenciais vetores, em hospedeiros e ambiente, de diferentes regiões do estado. Do total de espécimes, 83,38% (4.414), foram representados por carrapatos do gênero Amblyomma; 12,30% (651), de Rhipicephalus, 4,10% (217), de Dermacentor; dos espécimes de pulgas 0,17% (9), pertenciam ao gênero Ctenocephalides e 0,09% (1), de Xenopsylla. Foram encontrados somente 0,04% (2), de ácaros do gênero Androlaelaps. A análise morfológica e molecular dos espécimes do complexo Amblyomma cajennense permitiu identificar Amblyomma sculptum, na maioria das áreas investigadas, com três exemplares de Amblyomma cajennense sensu stricto (s.s.), na região Norte de Goiás e um único espécime de A. cajennense s.s. observado para a região Centro Oeste do estado parasitando um mesmo hospedeiro que outra fêmea de A. sculptum. A pesquisa de fragmentos de genes de riquétsias resultou na detecção de Rickettsia bellii em Amblyomma rotundatum e em Amblyomma cajennense sensu lato (s.l.); Rickettsia sp. str. NOD, em Amblyomma nodosum e Rickettsia felis em Ctenocephalides felis No presente trabalho foi calculada a Frequência Mínima de Vetores Infectados (FMVI), com (100%) de FMVI, no município de Trindade, por Rickettsia sp. str. NOD em A. nodosum, seguido do município Gameleira de Goiás com (33,33%), para R. felis em C. felis. Rickettsia sp. str. NOD parece desenvolver ciclo enzoótico no município de Trindade. Este é o primeiro relato desta riquétsia no estado de Goiás. R. felis, espécie considerada patogênica é apontada em área de casos confirmados de FM em C. felis, coletada em cão doméstico, apontando para o risco da circulação de riquétsias patogênicas em animais de hábito antrópico e o risco do aparecimento de novos ciclos epidêmicos de FM. Foi avaliada a elevada frequência 37,36% (1978) de exemplares do complexo A. cajennense, no qual estão incluídos os espécimes de A. sculptum, espécie considerada importante no ciclo de Rickettsia rickettsii em região de Cerrado e de Mata Atlântica antropizada, apontando para o risco da circulação desse potencial vetor em áreas de casos confirmados de FM