Ecoepidemiologia de Riquétsias em área de complexo florestal de Mata Atlântica, dentro do bioma caatinga, região do Maciço de Baturité, Estado do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moreira, Leonardo Moerbeck da Costa
Orientador(a): Gazêta, Gilberto Salles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26622
Resumo: A Febre Maculosa (FM) é uma zoonose re-emergente transmitida por artrópodes com distribuição mundial, que apresentam conexão de morbi-mortalidade àquelas espécies de riquétsias encontradas em uma determinada área. O presente estudo teve o objetivo de analisar a circulação de bactérias do gênero Rickettsia na região do Maciço de Baturité, Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, buscando apoiar as ações de saúde na região. A área de estudo se caracteriza pela presença de fragmentos florestais e uma complexa formação vegetal fazendo parte do Complexo Mata Atlântica, no interior do Bioma Caatinga. Reações em cadeia da polimerase foram realizadas para a detecção de fragmentos de DNA dos genes gltA e ompA de bactérias do gênero Rickettsia. Aferiu-se a Frequência Mínima de Vetores Infectados (FMVI). A partir de ações de vigilância de ambiente e investigações de casos para FM, 1727 espécimes de potenciais vetores de riquétsias foram coletados à partir de 12 espécies de hospedeiros vertebrados que totalizaram 260 indivíduos. 887 espécimes de potenciais vetores foram submetidos à PCR, dos quais 35 foram positivos ao menos para um dos genes analisados. Treze amostras positivas para ambos os genes foram sequenciadas A análise filogenética, verificou a presença de quatro espécies de riquétsias, sendo três pertencentes ao Grupo Febre Maculosa (GFM): Rickettsia sp. strain Atlantic rainforest, que apresenta elevada relação filogenética com R. parkeri, R. peacokii e R. philipii. Essa riquétsia do GFM foi verificada infectando Amblyomma ovale e Rhipicephalus sanguineus, com FMVI de 11.65% e 3.17%, respectivamente. Esses artrópodes infectados estavam parasitando cães provenientes dos municípios de Aratuba e Mulungu, o primeiro município com casos confirmados, e o segundo ainda sem casos confirmados de FM. Candidatus Rickettsia andeanae infectando Amblyomma parvum, parasitando animais silvestres no município de Redenção, ainda sem casos confirmados de FM. Rickettsia felis, infectando Ctenocephalides felis, e apresentando FMVI de 20.93%; além de Rickettsia bellii infectando A. nodosum e A. ovale encontrados em tamanduá no município de Baturité e em cão no município de Guaramiranga, respectivamente. Ambos os municípios positivos para casos de FM O presente estudo concluiu que A. ovale atua como vetor primário de Rickettsia sp. strain Atlantic rainforest, além de ter papel fundamental na manutenção do ciclo epidêmico na região. C. felis foi incriminada como potencial vetor capaz de manter o ciclo de R. felis na região estudada. Cães atuam como principal hospedeiro vertebrado no ciclo epidêmico de Rickettsia sp. strain Atlantic rainforest e no ciclo enzoótico de R. felis na região estudada. O presente estudo registra pela primeira vez a ocorrência de Amblyomma aureolatum, bem como, demonstra pela primeira vez a presença de Rickettsia sp. strain Atlantic rainforest em A. ovale e R. sanguineus; Candidatus Rickettsia andeanae em A. parvum e R. bellii em A. nodosum e A. ovale em área endêmica de FM no Estado do Ceará.