Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jéssica Lobo da |
Orientador(a): |
Farias, Leonardo Paiva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50165
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Cutânea (LC) causada por L. (V.) braziliensis é a forma clínica mais comum da doença no Brasil. A LC está associada à uma resposta inflamatória crônica intensa e ulceração, que podem levar meses ou anos para cicatrizar. Poucas opções terapêuticas, alta toxicidade dos tratamentos e o aparecimento de resistência reforçam a necessidade de tratamentos alternativos. Evidências moleculares sugerem que mecanismos epigenéticos estejam desregulados em doenças inflamatórias crônicas. Desta maneira, reguladores epigenéticos são considerados alvos promissores para melhorar condições inflamatórias crônicas. Após a triagem de uma série de reguladores epigenéticos, um inibidor (GSK-J4) de histonas demetilases (JMJD3 e UTX) demonstrou efeitos positivos no controle da infecção por L. (V.) braziliensis em macrófagos humanos. O presente trabalho avaliou o efeito leishmanicida in vitro e o potencial quimioterápico deste inibidor de histona demetilase com propriedades anti-inflamatórias contra L. (V.) braziliensis no modelo murino de LC. METODOLOGIA: As concentrações inibitórias de 50% (CI50) para promastigotas e amastigotas foram determinadas por citometria de fluxo e contagem direta utilizando macrófagos murinos, respectivamente. A análise morfológica dos promastigotas foi realizada por Microscopia Eletrônica de Varredura. O efeito leishmanicida nas amastigotas também foi avaliado após exposição ao composto por 24 h e contagem de promastigotas liberados após 8 dias de cultura. A viabilidade de macrófagos murinos expostos ao composto foi avaliada por Alamar Blue. A produção de EROs e NO foram dosados por reação de Griess. A produção de citocinas foi avaliada por citometria de fluxo. E finalmente, o potencial quimioterápico do GSK-J4 foi avaliado através de ensaios in vivo utilizando o modelo de infecção de orelha em BALB/C com administrações intralesionais do composto. RESULTADOS: A partir dos ensaios in vitro a CI50 do GSK-J4 foi calculado em 888 nM para promastigotas. Em amastigotas, a CI50 do composto foi estabelecida em 4,5 \03BCM após 24 h de exposição e o índice de seletividade (IS) foi superior a 33,3. Adicionalmente, a exposição \2265 2,25 \03BCM GSK-J4 por 24 horas mostrou efeito irreversível sobre a forma amastigota determinada pelo ensaio de liberação. O GSK-J4 a 7,5 \03BCM induziu a produção de NO após 48 horas de tratamento. Adicionalmente, GSK-J4 reduziu níveis de MCP-1 e elevou os níveis de TNF-\03B1 em macrófagos infectados. O tratamento intralesional com 50 \03BCM e 100 \03BCM reduziu a carga parasitária nas orelhas e demonstrou ter efeito no desenvolvimento de úlceras, uma vez que 75% camundongos tratados não desenvolveram lesões ulceradas. CONCLUSÃO: Os dados apresentados sugerem que GSK-J4 apresenta efeito leishmanicida e baixa toxicidade para célula hospedeira. O tratamento mostrou propriedades imunomoduladoras do composto, reduzindo os níveis de MCP-1, e de forma surpreendente, elevando os níveis de TNF-\03B1 nas culturas em 24 horas. In vivo, o composto reduziu a carga parasitária e o desenvolvimento de úlceras no local da infecção. |