Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Débora Cristina de Oliveira |
Orientador(a): |
Rosalino, Cláudia Maria Valete,
Schubach, Armando de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25127
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa que acomete pele e mucosas. O Antimoniato de Meglumina (AM) é o fármaco de primeira escolha no tratamento da LTA. Apesar dos inúmeros efeitos adversos associados ao AM, pouco tem sido descrito sobre seus efeitos tóxicos auditivos. A toxicidade coclear (TC) refere-se a danos da cóclea decorrente da exposição a substâncias químicas, resultando em deficiência auditiva, podendo ser reversível ou irreversível. O monitoramento audiológico para a TC visa detectar precocemente as alterações auditivas, possibilitando que a audição seja preservada, ou que seja realizada uma reabilitação audiológica precoce. OBJETIVO: Verificar a TC pelo AM (Sb5+) nos pacientes com LTA e descrever as características das alterações nas emissões otoacústicas evocadas (EOAE) por produto de distorção (EOAEPD) e transientes (EOAET) no monitoramento auditivo. MÉTODO: Esta tese é composta por dois artigos com dados de pacientes atendidos entre 2008 e 2015 no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz. O primeiro artigo é um ensaio clínico controlado, randomizado, cego e fase III comparando o tratamento padrão (20mgSb5+/kg/dia) com o tratamento alternativo (5mgSb5+/kg/dia). Cinquenta e dois pacientes foram avaliados por questionário de alterações auditivas, otoscopia, audiometria tonal liminar (ATL) e audiometria de altas frequências (AAF). O segundo artigo é um estudo prospectivo e longitudinal de acompanhamento audiológico em 35 pacientes com EOAEPD e EOAET. O acompanhamento audiológico de ambos estudos foi realizado no período pré-tratamento, fim de tratamento, um mês e dois meses após o fim de tratamento RESULTADOS: No primeiro artigo a TC foi observada em 57.7% dos pacientes, sendo o parâmetro alterado mais encontrado o aumento do limiar auditivo \2265 10 dB em 2 frequências adjacentes. O comprometimento sensorioneural bilateral foi mais frequente a partir de 6kHz e com o maior número de alterações em 9kHz. Em 73.3% a TC começou até 10 dias de início do AM e 80% tiveram uma perda auditiva irreversível até 2 meses após o final de tratamento. Não foi observada associação entre presença de TC e dose de AM. Foi observada associação entre presença de TC e mulheres, idade de 47 anos e perda auditiva prévia ao início do tratamento. No segundo artigo, a presença de alterações antes do início do tratamento na EOAEPD e EOAET foram associadas entre si e com a presença de alterações na ATL e na AAF, e apenas a OEAEPD foi associada a presença de queixa de perda auditiva. Também foi observada idade 17 anos e 34 anos maior entre aqueles com alterações, respectivamente, na EOAEPD e na EOAET. Observou-se um número significativamente maior de alterações da EOAEPD no período final de tratamento que no período pré-tratamento e valores da relação sinal/ruído significativamente menores no final de tratamento em comparação ao pré-tratamento nas frequências de 2 kHz (diferença de 1,7dB; p=0,016) e 4 kHz (diferença de 2,45dB; p=0,016) nas OEAEPD e na faixa de 1.75/2.5 kHz na EOAET (diferença de 2,9dB; p=0,039) CONCLUSÕES: Ao monitorar a audição de pacientes em uso de AM pudemos provar que este é um agente químico que causa danos auditivos, na maioria das vezes irreversível. Os sinais ototóxicos observados em nosso estudo com o uso de EOAE demonstram que tanto as EOAEPD quanto as EOAET são técnicas válidas e sensíveis para o monitoramento clínico da ototoxicidade pelo AM, sendo um método simples de aplicar, permitindo que o clínico possa diante de seus resultados tomar a conduta mais acertada para cada paciente, e assim evitar danos auditivos permanentes. Sugerimos cuidado preventivo com a audição em pacientes com LTA usando AM, especialmente em mulheres, idosos e pessoas com dano auditivo prévio ao início do uso do medicamento, através de monitoramento auditivo, para evitar perda auditiva irreversível na faixa de frequência da fala |