Tratamento da leishmaniose cutânea com antimoniato de meglumina intralesional na Unidade de Saúde Primavera, Timóteo, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Duque, Maria Cristina de Oliveira
Orientador(a): Schubach, Armando de Oliveira, Rosalino, Cláudia Maria Valete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33133
Resumo: Introdução: A administração sistêmica de antimoniais pentavalentes é recomendada para o tratamento da leishmaniose cutânea (LC). Em 2010, a Organização Mundial de Saúde, admitiu que a LC não é uma condição ameaçadora à vida, devendo-se buscar alternativas mais seguras para seu tratamento. Em 2013 a Organização Panamericana de Saúde indicou o antimoniato de meglumina intralesional (AM-IL) para tratamento de pacientes com LC e contraindicação ao antimoniato de meglumina (AM) sistêmico. No Brasil, o AM-IL foi adotado pelo Ministério da Saúde (MS) a partir de 2017. Embora esse tratamento venha sendo empregado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/ Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro, há décadas, a técnica ainda não havia sido publicada com riqueza de detalhes. No sistema público, pacientes com LC costumam ser tratados em unidades básicas de saúde, onde a escassez de recursos acarreta dificuldades tanto no manejo de comorbidades, quanto na monitorização de efeitos adversos e na utilização de medicamentos de segunda linha. Objetivos: Padronizar a técnica de tratamento intralesional (IL) para LC utilizada no INI/Fiocruz; descrever a eficácia e os efeitos adversos do tratamento IL numa unidade básica de saúde e capacitar médicos da rede de saúde, para implantar o tratamento IL no Brasil. Métodos: A técnica de tratamento com AM-IL foi padronizada e descrita em detalhes. Foram realizados dois estudos com AM-IL para tratamento da LC na unidade básica de saúde Primavera, Timóteo, Minas Gerais O primeiro foi um estudo descritivo, retrospectivo, no qual foram relatados seis casos tratados com sucesso entre dezembro de 2011 e outubro de 2015, após contraindicação ou resposta terapêutica desfavorável ao AM por via sistêmica, ou por necessidade de interromper o tratamento com AM sistêmico por efeitos adversos. O segundo foi um estudo de intervenção que comparou um grupo tratado prospectivamente com AM-IL entre 12/2015 a 7/2016 e uma série histórica tratada com AM sistêmico entre julho de 2006 a outubro de 2015. Como preparação para a implantação do AM-IL no tratamento da LC no Brasil, a autoraparticipou como instrutora no "Curso de Capacitação de Profissionais Médicos em Diagnóstico e Tratamento da Leishmaniose Tegumentar" (LT) do MS. Resultados: A técnica de tratamento com AM-IL foi publicada em artigo científico e incorporada no Manual de LT do MS. No estudo retrospectivo com AM-IL, todas as lesões epitelizaram e o único efeito adverso observado foi um caso de eczema local de grau moderado. No grupo tratado com AM sistêmico, a eficácia foi de 82,1% e 89,5% após o primeiro e segundo tratamentos, respectivamente. No grupo tratado prospectivamente com AM-IL, as lesões epitelizaram em 66,6% após 3 aplicações e em 90% após 4-5 aplicações. Efeitos adversos leves a moderados ocorreram em 50%, sem necessidade de interrupção do tratamento. Os pacientes estão sendo acompanhados até completarem um ano de observação. Conclusões: O tratamento da LC com AM-IL se revelou simples, eficaz e seguro, podendo ser utilizado em unidades básicas de saúde. A técnica de tratamento com AM-IL utilizada no INI/Fiocruz foi padronizada, publicada e incorporada pelo MS como primeira opção de tratamento da LC no Brasil.