Avaliação da interação in vitro do fungo oportunista, emergente, Paecilomyces lilacinus, agente causal da hialohifomicose, com células apresentadoras de antígenos humanas (macrófagos e células dendríticas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Peixoto, Mariana Lima Perazzini
Orientador(a): Borba, Cintia Moraes, Santos, Dilvani Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28521
Resumo: Paecilomyces lilacinus, um dos agentes causais da hialohifomicose, é um fungo filamentoso, assexuado. Está amplamente distribuído pelo mundo e frequentemente é encontrado como contaminante, proveniente do ar, em espécimes clínicos e em soluções consideradas estéreis. Acomete principalmente pacientes comprometidos imunologicamente, porém pacientes imunocompetentes também podem apresentar manifestações clínicas da doença, sendo esse fungo, atualmente, considerado como um importante patógeno oportunista humano. O presente trabalho teve por objetivo a investigação da interação de conídios de P. lilacinus, proveniente de caso clínico de hialohifomicose humana, com células apresentadoras de antígenos (APCs - macrófagos e células dendríticas). Conídios interagiram com macrófagos e células dendritícas de doadores humanos saudáveis, em diferentes concentrações (conídio/APCs) e tempos de incubação para avaliação qualitativa e quantitativa da interação por microscopia óptica e para estudo do percentual de células expressando moléculas de superfície celular que atuam na resposta imune do hospedeiro. Sobrenadantes provenientes da interação das APCs com os conídios foram coletados para o estudo das citocinas IL1-beta e TNF-alfa Os resultados demonstraram que o fungo foi capaz de infectar de modo semelhante ambas as APCs e que a concentração de 1:1 (conídio/APCs) foi a melhor proporção entre as células para avaliar o processo de fagocitose e as etapas de desenvolvimento do fungo assim como o tempo de 6 horas de interação foi o melhor tempo para a certificação da internalização dos conídios pelas APCs. Após o processo de internalização dos conídios pelas APCs os mesmos começaram a se dilatar, formar tubos germinativos e hifas septadas que se ramificaram formando um micélio que destruiu as células humanas no período de 24 horas de observação. A avaliação quantitativa da fagocitose dos conídios pelas APCs demonstrou que não houve diferenças significativas entre o percentual fagocítico dos macrófagos e células dendríticas de cada doador como também entre os doadores. A interação do fungo com as APCs na presença de L-Name não modificou o processo de desenvolvimento do conídio no interior das células humanas, quando comparado a interação das células sem L-Name. Em relação aos marcadores de superfície celular a presença dos conídios não aumentou o percentual de macrófagos expressando CD14, porém aumentou as células expressando B7.1 e DC-SIGN. As células dendríticas apresentaram um percentual semelhante de células positivas para B7.1,na ausência e presença do fungo, e um aumento significativo do percentual de células DC-SIGN positivas na presença dos conídios Os conídios de P. lilacinus foram capazes de estimular a secreção da citocina IL1-beta pelos macrófagos e células dendríticas e é possível que eles tenham inibido a produção de TNF-alfa pelos macrófagos. Então, os dados aqui apresentados demonstram a capacidade invasiva para APCs e de estimulação de moléculas de superfície importantes na resposta imune do hospedeiro por P. lilacinus, até o momento desconhecida.