Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mendonça, Eliane de Paula |
Orientador(a): |
Coutinho, Evandro da Silva Freire |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59018
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Resumo: |
Os transtornos por uso de álcool (TA) são altamente prevalentes na população brasileira e responsáveis por inúmeros desfechos negativos de saúde, tanto físicos quanto mentais. Associações positivas entre adversidades no período da infância (sigla em inglês ACE – Adverse Childhood Experiences) e o TA são facilmente encontradas na literatura. No entanto, estudos que avaliem o papel de tais adversidades na comorbidade com o TA, e, das comorbidades com TA e o comportamento suicida são escassos. O presente trabalho teve como objetivo estudar os TA no que diz respeito à presença de comorbidades psiquiátricas, o comportamento suicida e à exposição a ACE. Esta tese traz dois artigos científicos que fazem parte do São Paulo MegaCity, um inquérito epidemiológico realizado entre 2005 e 2007 que avaliou a morbidade psiquiátrica da população geral não institucionalizada, com 18 anos ou mais, residente na região metropolitana de São Paulo, São Paulo, Brasil (N=5.037). No primeiro artigo descreveu-se o perfil de comorbidades psiquiátricas em indivíduos com TA, e, investigou-se o risco de comportamentos suicidas associado à tais comorbidades. O segundo artigo destinou-se a descrever o perfil de ACE em indivíduos com TA e avaliar seu impacto sobre a presença de comorbidades psiquiátricas. As análises estatísticas foram conduzidas utilizando rotinas para desenho amostral complexo. Aproximadamente metade daqueles com abuso e três quartos daqueles com dependência de álcool apresentaram algum outro transtorno psiquiátrico ao longo da vida. Quanto maior o número de comorbidades psiquiátricas com TA, maior foi o risco de o indivíduo apresentar ideação, planejamento e/ou tentativa suicidas, e, quanto mais ACE, maior foi o risco de o indivíduo apresentar algum transtorno comórbido com TA ao longo da vida. Por fim, foram encontradas associações positivas entre ACE específicas com transtornos de ansiedade e humor em comorbidade com TA na vida adulta. A prevalência mais elevada de comportamentos suicidas entre os indivíduos com TA em comorbidade traz um alerta para os profissionais de saúde, bem como para gestores e formadores de políticas públicas acerca do maior risco de suicídio desta população. Em paralelo, espera-se que intervenções direcionadas à prevenção das adversidades no período da infância ajude a reduzir uma gama de transtornos psiquiátricos na vida adulta, sejam estes isolados ou em comorbidade. Além disso, intervenções específicas devem ser direcionadas para aqueles que já sofreram tais adversidades com o intuito de diminuir suas consequências psicológicas e comportamentais na vida adulta. |