Vigilância de eventos adversos após vacinação contra difteria, tétano, coqueluche e haemophilus influenzae tipo b no município do Rio de Janeiro, 1998-2005

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lemos, Maria Cristina Ferreira
Orientador(a): Monteiro, Gina Torres Rego
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5299
Resumo: As vacinas são consideradas bastante seguras, mesmo assim alguns eventos adversos podem estar associados a uma vacinação prévia. Desde 1998, o programa de imunizações brasileiro implantou um sistema de vigilância com o objetivo de orientar a notificação e investigação dos eventos adversos pós-vacinação. Com o objetivo de analisar o desempenho desse sistema no município do Rio de Janeiro, foi realizado um estudo descritivo exploratório dos eventos adversos após aplicação de vacina combinada contra difteria, pertussis e tétano (DPT), contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e combinada DPT/Hib (Tetra) a partir das notificações realizadas no período de 1998 a 2005. A população do estudo foi composta de crianças de dois meses até seis anos e onze meses de idade que apresentaram evento adverso confirmado após terem recebido alguma das vacinas estudadas. Foram analisados variáveis relativas a sexo, idade, tipos de evento, tempo entre a aplicação da vacina e a ocorrência do evento e da notificação, além da sua distribuição espacial. O coeficiente de incidência de EAPVs associados às vacinas estudadas foi de 45,7 por 100 mil doses aplicadas, sendo que a Tetra apresentou o maior coeficiente (100,9/100 mil doses aplicadas). A distribuição por grupo etário mostrou uma incidência mais elevada nos maiores de 4 anos (165,2/100 mil doses aplicadas), seguido pelo grupo de 1 a 4 anos (50,4/100 mil doses aplicadas) e o de menores de 1 ano (37,6/ 100 mil doses aplicadas). Na análise quanto ao tipo de evento, observamos um coeficiente de 29,3/100 mil doses aplicadas para os eventos locais e de 30,7/100 mil doses aplicadas para os sistêmicos. Ocorreram 286 casos de Episódio Hipotônico-hiporresponsivo, sendo que 237 ocorreram nos menores de 1 ano (7,4/100 mil doses aplicadas). Os resultados revelaram que o sistema é capaz de identificar os eventos mais importantes, tanto locais (dor, edema, rubor ou nódulo no local de aplicação) quanto sistêmicos (febre, irritabilidade, sonolência, convulsões). O sistema oficial de vigilância apresentou uma boa cobertura nas diferentes regiões do Município, embora a proporção de eventos adversos por doses aplicadas seja inferior à relatada por estudos que realizaram vigilância ativa, denotando certa subestimação, compatível com os demais estudos de vigilância passiva. Um aspecto a ser melhorado é o acompanhamento adequado dos casos até seu encerramento, diminuindo o percentual de pendentes.