Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Suelen Sanches |
Orientador(a): |
Roque, André Luiz Rodrigues,
Bueno, Marina Galvão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34516
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Resumo: |
Trypanosoma cruzi é um protozoário flagelado da família Trypanosomatidae, cujo ciclo de transmissão é primariamente enzoótico. É um parasito antigo de mamíferos selvagens. Infecções causadas por Trypanosoma cruzi em animais cativos são pouco estudadas. Para compreender a participação destes mamíferos no ciclo de vida do parasito, obtivemos 106 amostras de sangue de animais das ordens Primates, Carnivora, Rodentia, Cetardiodactyla e Didelphimorphia da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). Ademais, capturamos 62 mamíferos de vida livre (Didelphimorphia, Rodentia e Primates) e 11 triatomíneos (Panstrongylus megistus) do entorno. Para os mamíferos realizou-se inquérito sorológico, exame à fresco, cultura (LIT-NNN) e diagnóstico molecular (Nested-PCR 18S rDNA) a partir de hemoculturas positivas e sangue. Para a análise de triatomíneos, realizou-se cultura de tubo digestivo (LIT-NNN) e diagnóstico molecular a partir de culturas positivas e tubo digestivo congelado. Amostras positivas no diagnóstico molecular foram sequenciadas e analisadas quanto à similaridade com sequências de referência (GenBank®), seguido de análises filogenéticas. Dentre os mamíferos cativos, 41,5% (44/106) apresentaram resultados positivos: 3% (3/104) em exames à fresco (Leontopithecus chrysomelas); 4,7% (5/105) em hemoculturas; 31,8% (29/91) em inquéritos sorológicos; e 32% (34/106) em análises moleculares de sangue. Foram identificados sete parasitos do gênero Trypanosoma em mamíferos cativos: T. rangeli (n=1), T. minasense (n=1), T. dionisii (n=1), T. janseni (n=1), T. terrestris-like (n=4), T. cruzi DTU TcI (n=23) e T. cruzi marinkellei (n=1). Duas coinfecções foram observadas em L. chrysomelas (T. cruzi DTU TcI / T. dionisii e T. cruzi DTU TcI / T. cruzi marinkellei). Dos mamíferos cativos infectados por T. cruzi, 64% (16/25) são casos autóctones Dentre os mamíferos de vida livre, 53,2% (33/62) apresentaram resultados positivos: 26,6% (16/60) em exames à fresco; 33,8% (21/62) em hemoculturas; 38% (22/58) em inquéritos sorológicos, todos D. aurita; além de 40% (24/60) em análises moleculares de sangue (D. aurita, S. villosus e Alouatta clamitans). Foram identificadas 2 espécies de Trypasonoma em mamíferos de vida livre: T. minasense em A. clamitans e T. cruzi, genótipos DTU TcI em D. aurita (n=16) e S. villosus e DTU TcII em D. aurita (n=2), além de uma infecção mista TcI / TcII. Dos P. megistus coletados, 90,9% (10/11) estavam infectados por T. cruzi DTU TcI e dois apresentaram coinfecção com T. cruzi marinkellei. Os mamíferos cativos participam do ciclo enzoótico de diferentes xvii Trypanosoma spp. na FPZSP. Estes parasitos compõem a biodiversidade local e estão geograficamente dispersos pela instituição. A transmissão de T. cruzi na FPZSP decorre da proximidade com a mata, de onde são oriundos P. megistus e D. aurita, além da manutenção de ao menos duas espécies de reservatórios cativos (D. aurita e S. villosus). A movimentação de animais cativos, em permutas ou reintroduções, pode resultar no intercâmbio de parasitos. É fundamental acompanhar a saúde animal e compreender seus padrões de infecção como forma de melhorar sua qualidade de vida e prevenir a transmissão de parasitos. |