Revisão sistemática da segurança do tratamento da leishmaniose cutânea no novo mundo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Oliveira, Luiz Filipe Gonçalves de
Orientador(a): Schubach, Armando, Andrade, Carlos Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27777
Resumo: Os antimoniais pentavalentes são os medicamentos de primeira linha para o tratamento da forma cutânea da Leishmaniose Tegumentar Americana. A anfotericina B e a pentamidina são considerados de segunda linha. Embora estes medicamentos sejam usados há décadas, sabe-se pouco sobre sua segurança. Na atual revisão identificamos e classificamos os principais efeitos adversos associados e, quando possível, estimamos as freqüências. Métodos: Estudos de intervenção, séries e relatos de caso contendo registro dos efeitos adversos clínicos, laboratoriais ou eletrocardiográficos foram pesquisados sistematicamente em 10 bases de dados eletrônicas, entre 13 de agosto de 2.008 e 31 de março de 2009. Resultados: Nos 65 estudos incluídos, foram tratados um total de 4.359 pacientes de 12 países, infectados por oito diferentes espécies de Leishmania Apesar do pequeno número de medicamentos utilizados nos artigos incluídos nesta revisão, encontramos grande variabilidade de esquemas terapêuticos. Consequentemente, foi necessário agrupar por aparelhos e sistemas os efeitos adversos dos antimoniais pentavalentes e da pentamidina, independente da formulação, dose diária, tempo de tratamento e via de administração. As frequências de efeitos adversos foram calculadas com base nas informações de 32 artigos envolvendo 1866 pacientes. Os efeitos adversos clínicos mais freqüentemente relatados com os antimoniais pentavalentes e pentamidina foram: dores músculo-esqueléticas, alterações gastrointestinais e cefaléia leves a moderadas. Com os antimoniais pentavalentes também foram observados prolongamento do intervalo QTc do eletrocardiograma e elevação leve a moderada das enzimas hepáticas e pancreáticas. Conclusão: Os antimoniais pentavalentes foram os medicamentos mais utilizados (66,5%), seguidos da pentamidina (29,6%) Tanto o tratamento com os antimoniais como com a pentamidina exibiu altas freqüências de efeitos adversos leves a moderados. Concluímos pela necessidade do desenvolvimento de novos fármacos mais seguros para o tratamento da leishmaniose cutânea e aplicação de critérios definidos na coleta de informação de efeitos adversos em estudos observacionais. Além disso, a realização de ensaios clínicos com monitoramento de efeitos adversos clínicos, laboratoriais e eletrocardiográficos, com critérios de classificação de gravidade, independente do esquema terapêutico adotado.