Um Megazord contra a anticiência: a ciência e a divulgação científica no Science Vlogs Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Duarte, Jacqueline Boechat
Orientador(a): Almeida, Carla da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/45913
Resumo: Esta pesquisa analisa o discurso sobre ciência e divulgação científica nos canais de vídeos do Science Vlogs Brasil, que reúne vlogs de divulgação da ciência no YouTube. Utilizamos como aporte teórico a Análise de Discurso (AD) de linha francesa, cujo principal representante é o filósofo Michel Pêcheux, em diálogo com a Teoria Semiolinguística (TS) de Patrick Charaudeau, que foi a base utilizada para a construção do dispositivo de análise. A TS nos permitiu examinar a troca de efeitos de sentidos entre os vlogueiros do Science Vlogs Brasil e seus interlocutores, o contrato de comunicação em que estão empenhados, e a encenação linguageira (mise-en-scène) realizada durante a situação de comunicação. Por meio dessas referências e utilizando ainda estudos das áreas da filosofia e sociologia da ciência e da divulgação científica, tentamos revelar essas imagens da ciência, da divulgação científica e dos interlocutores, construídas e projetadas nos discursos dos locutores dos canais associados ao SVBR, no YouTube. Vimos que imagem da ciência como lugar de verdade e poder, extensiva àqueles que fazem parte da comunidade científica, apesar de anacrônica, e de receber um olhar crítico dos principais autores e filósofos atuais que se dedicam a esse estudo, ainda resiste e é transmitida no discurso de cientistas, divulgadores e jornalistas. O aporte das Novas Tecnologias de Informação e da web 2.0 instauram novas relações do homem com a linguagem, instituindo novas materialidades, como os vlogs do YouTube, espaços de produção e circulação do discurso de divulgação científica, que também sofrem determinações dessa outra linguagem e modo de fazer. As análises mostraram que tanto a memória discursiva dos divulgadores científicos quanto as novas TICs interferem nos efeitos de sentido, estratégias e projeções do sujeito-divulgador científico, que determinado pela ordem da ciência, da web 2.0 e do YouTube, constrói e materializa em seu discurso significados sobre a ciência o papel da divulgação científica e sobre seus interlocutores.