Sífilis gestacional em municípios selecionados da região Metropolitana I do estado do Rio de Janeiro, 2011 a 2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Calás, Jorge Eduardo de Souza
Orientador(a): Andrade, Carla Lourenço Tavares de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13477
Resumo: A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, considerada um problema de saúde pública e que ao acometer a gestação, o seu agente etiológico atravessa a barreira placentária, trazendo graves consequências ao feto. O estudo propôs realizar uma análise sobre sífilis em gestantes nos municípios, que pertencem a Baixada Fluminense e integram a região metropolitana I do estado do Rio de Janeiro, no período de 2011 a 2013. Também do atendimento prestado às pacientes com sífilis gestacional, no período de 2013, no serviço de pré-natal do Hospital da Mãe, tendo como referência as diretrizes do Ministério da Saúde. A população do estudo foi representada por todas as gestantes residentes nos municípios selecionados da Região Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro, com diagnóstico e notificação de sífilis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e, das gestantes com diagnóstico de sífilis gestacional, atendidas no serviço de pré-natal do Hospital Estadual da Mãe – Mesquita. No período de 2011 a 2013 foram notificados no SINAN 1732 casos de sífilis gestacional. A taxa de prevalência para a sífilis em gestante na região do estudo situa se em 1,07%. A maior frequência de gestantes com sífilis está na faixa etária de 20 a 24 anos (33,7%), devendo ressaltar um aumento observado, no grupo que compreende as adolescentes (30,3%), com ensino fundamental incompleto (20%) e que se auto declaram pardas (42%). No tocante ao diagnóstico, a maioria teve acesso ao exame para diagnóstico (87,5%). Este diagnóstico foi realizado em sua maioria no último trimestre da gestação (46,2%), e na fase primária (27,5%). O tratamento realizado a gestante ocorreu com penicilina benzatina em 83,1% dos casos e em 9,8 % não houve tratamento ou a droga utilizada não era a penicilina benzatina. Quanto as variáveis relacionadas ao tratamento do parceiro, pode-se observar que 14,4% receberam tratamento, e em 11,2% foram concomitantes ao tratamento da gestante. Importante mencionar, que em algumas variáveis (escolaridade, classificação clínica, tratamento do parceiro, tratamento do parceiro concomitante a gestante) o maior percentual encontrado correspondia aos casos ignorados, dificultando uma melhor análise dessas variáveis. Em relação à análise dos 36 casos de sífilis gestacional atendidos no serviço de pré-natal do Hospital da Mãe – Mesquita, no período de 2013, encaminhadas pelas secretarias municipais de saúde da região, foi observado um predomínio das que se auto declaram pardas (42,9%), na faixa etária de 20-24 anos (38,9%), solteiras (66,7%), com ensino fundamental incompleto (30,6%). Na unidade o acesso aos exames para diagnóstico (teste não treponêmico e treponêmico) ocorreu em 100% dos casos. O momento do diagnóstico ocorreu principalmente no 3º trimestre (38,9%) e nos pós-parto (19,4%) e quanto à fase clínica, por ausência dessa informação no prontuário, essa variável ficou prejudicada. Em relação ao tratamento da gestante foi observado, que 100% foram tratadas com penicilina benzatina, porém em 47,2% dos casos, esse tratamento não foi finalizado no período de 30 dias, que antecedem ao parto. Quanto ao tratamento realizado ao parceiro foi observado que em 69,4% dos casos estudados, essa informação não constava nos prontuários e apenas 12,9% dos parceiros receberam tratamento com penicilina benzatina. Observa-se a importância de realização de programas de capacitação aos profissionais de saúde envolvidos na assistência materno infantil, com a finalidade de melhorar as informações, para fins de vigilância epidemiológica, bem como qualificar a assistência pré-natal, propiciando um tratamento adequado às gestantes com diagnóstico de sífilis.