Contradições sociais na comunicação entre médicos de família e comunidade e pacientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gonzaga, Daniel de Medeiros
Orientador(a): Engstrom, Elyne Montenegro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54892
Resumo: A comunicação entre médico e paciente é um dos pilares do trabalho do médico de família e comunidade na atenção primária à saúde. Modelos para organizar essa comunicação são abundantes na medicina de família e comunidade e têm em comum a valorização da subjetividade do paciente na comunicação com seu médico, em contraponto ao modelo biomédico de consultas, que tem seu foco na doença e nas prioridades estabelecidas pelo médico para a interação no consultório. Neste trabalho foi analisada a comunicação médicopaciente no contexto da Estratégia Saúde da Família em uma Clínica da Família do Município do Rio de Janeiro. A análise buscou explorar os diversos sentidos e ideologias que circulam nessa comunicação, considerando que a linguagem é construída socialmente e é também um meio de construção da sociedade, sendo um campo de disputa social. O método utilizado foi a análise de discurso, tendo como corpus de análise diálogos entre médicos de família e comunidade e pacientes gravados durante consultas numa Clínica da Família. Os resultados incluem a caracterização das consultas analisadas em relação aos modelos de consulta adotados pela Medicina de Família e Comunidade, bem como reflexões sobre o discurso observado nas consultas. São dois os tópicos abordados: a tendência à democratização de discursos institucionais contemporâneos e as contradições sociais presentes na comunicação médicopaciente. A comunicação nas consultas analisadas apresentou elementos condizentes com um processo de democratização do discurso médico, muito ligado à informalidade do discurso. Questiona-se o quanto a democratização do discurso está ligada também a um processo de horizontalização das relações institucionais e interpessoais na prática médica. São abordadas contradições sociais presentes no discurso analisado, com ênfase na relação entre o contexto social e familiar de pacientes com a abordagem médica para os problemas de saúde originados nesse contexto.