Convivência como atividade de produção do comum: cartografias com centros de convivência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alvarez, Ariadna Patricia Estevez
Orientador(a): Silva, Claudia Osorio da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57644
Resumo: O propósito da tese foi problematizar a noção de convivência a partir de pesquisa cartográfica com os Centros de Convivência e Cultura (CECOs) da cidade do Rio de Janeiro, realizada entre os anos de 2016 e 2020. Os CECOs estão ligados à Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde visando sustentar a diversidade na cidade por meio de ações de arte, cultura, esporte, educação, lazer,trabalho e economia solidária. No que concerne às políticas públicas de saúde, os CECOs têm transitado entre a marginalidade, a inclusão e a exclusão das fronteiras do que é instituído e do que é instituinte, o que produz um grau de invisibilidade desse trabalho. Este estudo se ocupou em investigar como se constitui a atividade de trabalho da convivência seguindo o princípio metodológico da clínica da atividade de que colocar o trabalho em debate amplia o poder de agir dos trabalhadores. A pesquisa instaurou diferentes dispositivos dialógicos e está organizada em cinco cartografias: 1) Encontros de conviventes no Fórum Estadual de CECOs do Rio de Janeiro; 2) Entrevistas com militantes históricos da luta antimanicomial; 3) Grupos de coanálise da atividade com a equipe do CECO Trilhos do Engenho, em que se analisou o lugar do CECO; 4) Grupos com a equipe do CECO Polo Experimental,em que se analisou o ofício dos oficineiros; e 5) Grupos com a equipe do CECOZona Oeste, em que se analisou a dimensão afetiva desse trabalho. Afirma-se a atividade de convivência dos CECOs como um trabalho afetivo antimanicomial, feito principalmente por oficineiros, cujo ofício é estar sensível agindo de modo coletivo com um público heterogêneo, que transita na cidade. A saúde dos conviventes,sejam usuários, sejam trabalhadores ou pesquisadores, é produzida na convivência.E a convivência é ao mesmo tempo produto e produtora do comum. Foi no dispositivo dialógico do Fórum, em que a interlocução e a convivência contavam com maior grau de transversalidade na comunicação, que se produziu coletivamente o projeto de lei n. 4.563/2018, o qual criou a Política Estadual dos Centros de Convivência da Rede de Atenção Psicossocial no Estado do Rio de Janeiro. A tese na qual a pesquisa chegou é de que a convivência, no contexto dos CECOs, é uma atividade de trabalho coletiva de produção do comum, conceito compreendido como multiplicidade que se manifesta por meio dos processos sociais colaborativos de produção. (AU)