Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Prudêncio, Fabrícia Araújo |
Orientador(a): |
Passos, Sônia Regina Lambert |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51844
|
Resumo: |
Na incidência mundial de hanseníase o Brasil é o segundo país das Américas e o Piauí (PI) o quarto estado brasileiro. Ao longo dos séculos e mesmo com a poliquimioterapia ambulatorial persistem agravantes como estigma social, o diagnóstico tardio, as incapacidades físicas e as reações hansênicas durante e após o longo tratamento. Este trabalho objetivou compreender a experiência do adoecimento de pacientes com hanseníase multibacilar (MB) que desenvolveram reação hansênica durante o tratamento. Método e Resultados: Um estudo de revisão integrativa evidenciou predomínio de publicações em 2015, quantitativos e nível de evidência II. Foram fatores associados ao desenvolvimento de reações hansênicas: sexo masculino, carga bacilar aumentada, a forma MB da hanseníase, níveis elevados de citocinas como IL6 e comorbidades. Observou-se escassez de estudos com método qualitativo sobre a temática, e a pertinência da capacitação da equipe de saúde no diagnóstico precoce, tratamento adequado e prevenção das incapacidades físicas associadas às reações hansênicas. O segundo estudo de abordagem qualitativa, entrevistou treze pacientes de hanseníase MB que apresentaram reação hansênica, de 2009 a 2019, em uma UBS de Teresina, PI. Os pacientes de 34 a 57 anos, renda < 1SM, casados, católicos, com episódio reacional tipo 1 a partir do sexto mês de tratamento, tratados com prednisona, sendo oito homens. Identificaram-se oito categorias temáticas e quinze significantes: Sinais e sintomas da reação hansênica (dores, dormência, queimação, caroços, escurecimento da pele); mudanças/restrição no consumo de bebidas alcoólicas e ingestão alimentar; restrição à exposição solar; modificações na relação com o trabalho (demitir-se, limitação por sequela); relação familiar (apoio de familiares que já tiveram hanseníase); religiosidade e resiliência (otimismo, fé, esperança); estigma (preconceito, tristeza) e relação social (medo de contaminar, vergonha). Os pacientes narraram sofrimento ocasionado pela exacerbação expressa pelas reações hansênicas. As dores físicas, o escurecimento da pele e ardência pela exposição solar limitaram a interação social laboral e de lazer. Em conjunto com o medo do contágio e a vergonha restringiram e isolaram os pacientes, reduzindo a autoestima, a renda e perpetuando o estigma na sociedade. Deve-se sensibilizar profissionais de saúde para a integralidade e continuidade da assistência pós alta com cura da hanseníase com reações hansênicas, são necessárias atividades de promoção da saúde para pacientes e sociedade esclarecendo o caráter inflamatório das reações para minimizar o estigma e estimular o autocuidado. |