A alimentação escolar em instituições particulares de ensino em Manaus, sob o olhar da Vigilância em Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ruwer, Cristiane Marisa
Orientador(a): Mainbourg, Evelyne Marie Therese
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31073
Resumo: Este trabalho de pesquisa teve como objetivo analisar a alimentação escolar em escolas particulares do município de Manaus, sob a ótica da vigilância em saúde, sobretudo a sanitária e a epidemiológica (vigilância alimentar e nutricional) assim como da promoção da saúde no quesito alimentação saudável no princípio da integralidade. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório, com abordagem quanti-qualitativa. Teve como locais de estudo, para o estudo quantitativo, o Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (DVISA), e, para o estudo qualitativo, quatro instituições particulares de educação infantil, fundamental e médio, que tinham lanchonete ou cantina, da cidade de Manaus, e que foram licenciadas pela vigilância sanitária do município de Manaus no decorrer de 2009 e 2010. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFAM. Os dados referentes às questões sanitárias foram coletados de fonte secundária (no DVISA) de 19 escolas e primária de 4 escolas com utilização de roteiro da própria vigilância sanitária, baseado na RDC/216/04 e código sanitário de Manaus. Os dados referentes às práticas alimentares e pedagógicas foram de fonte primária (4 escolas selecionadas) levantados por meio de observações quanto aos alimentos disponíveis para consumo na escola e por entrevistas e grupos focais, mediante assinatura de TCLE pelos participantes (diretores/coordenadores pedagógicos, professores e responsáveis pelas cantinas). Apenas 25% das escolas apresentaram condições higiênico-sanitárias satisfatórias na primeira inspeção. Entre as não conformidades as mais frequentes foram: equipamentos, móveis e utensílios; manejo de resíduos e manipuladores. Na comparação entre os anos de 2009 e 2010 pôde-se perceber um aumento no número de conformidades, embora não seja significativo. Uma das escolas teve o total de melhorias significativo e as demais mantiveram mudanças significativas em alguns itens: manejo de resíduos e equipamentos, móveis e utensílios. A maioria das escolas apresentou proporção maior de alimentos não saudáveis do que saudáveis. Das entrevistas com diretores ou coordenadores pedagógicos e com responsáveis pela cantina e dos grupos focais com professores, pode-se perceber que a portaria em questão era desconhecida nessas escolas, mas que, mesmo assim, algumas atividades, no sentido de atendê-la, são realizadas, principalmente com os alunos em sala de aula ou nos momentos de refeição; e que há um bom conhecimento acerca das práticas alimentares dos alunos. Porém, existe necessidade de capacitação destes profissionais das escolas e inserção do nutricionista para as atividades de educação nutricional. A necessidade de envolvimento dos pais e a questão financeira foram outros desafios citados. Há uma dificuldade em manter um padrão de qualidade nestes estabelecimentos após a licença sanitária. A efetivação da promoção da alimentação saudável em escolas particulares precisa ser estimulada e cobrada pelo setor publico com medidas educativas e regulatórias.