Hipertensão arterial e características ocupacionais em motoristas de táxi do Município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Vieira, Marcelo Carvalho
Orientador(a): Moura, Marisa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2534
Resumo: Os motoristas de táxi são freqüentemente submetidos a inúmeras exposições ambientais adversas, como calor, vibrações, ruído intenso, gases tóxicos provenientes da exaustão de combustíveis fósseis, além de longas jornadas de trabalho e trabalho noturno. Contudo, não foram identificados estudos nacionais que tivessem abordado a questão da saúde dos taxistas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a associação entre fatores ocupacionais e a ocorrência de hipertensão arterial em um grupo de motoristas de táxi do município do Rio de Janeiro. Além disso, procurou descrever as características sócio-demográficas e ocupacionais e analisar a freqüência de fatores de risco para hipertensão arterial nesta população. Tratou-se de um estudo epidemiológico do tipo seccional e de caráter exploratório realizado entre os meses de novembro de 2008 e abril de 2009. Foram entrevistados 496 taxistas que utilizavam os pontos de parada regulamentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Todas as informações analisadas neste estudo foram auto-referidas. Foi utilizado questionário com perguntas sobre presença e controle da hipertensão arterial, fatores de risco para seu desenvolvimento, perfil sócio-demográfico e características ocupacionais. Entre os entrevistados, 110 (22,2%) referiram diagnóstico anterior de hipertensão arterial. Observou-se que o grupo estudado apresentou elevadas freqüências de excesso de peso e sedentarismo. A carga de trabalho se revelou alta. Quarenta e quatro por cento dos entrevistados afirmaram trabalhar 7 dias por semana e 92% referiram jornadas de trabalho maiores do que 8 horas por dia. Quanto à propriedade da permissão, 286 motoristas se declararam proprietários da licença (57,7%). O tempo acumulado de trabalho como taxista apresentou relação estatisticamente significativa com a hipertensão arterial (p<0,05). A chance de referir hipertensão arterial entre os que trabalhavam como motorista de táxi por 11 a 20 anos foi o dobro daquela observada entre os que trabalhavam há menos de 10 anos, independentemente da idade. Neste grupo de trabalhadores foi encontrada uma elevada freqüência de fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial. Faz-se necessária a criação de estratégias para promover a adoção de hábitos de vida mais saudáveis e melhorar as condições de trabalho dos motoristas de táxi. Além disso, é imprescindível a realização de novas pesquisas científicas com estes profissionais, a fim de aprofundar as questões relativas ao envolvimento das atividades ocupacionais no processo saúde-doença