Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Valadão, Talita Bernardo |
Orientador(a): |
Vieira, Verônica Viana,
Guaraldi, Ana Luiza de Mattos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54418
|
Resumo: |
Corynebacterium diphtheriae é a espécie mais estudada do gênero Corynebacterium, e o patógeno causador de difteria, doença associada com infecções na pele ou no trato respiratório superior, com formação de uma pseudomembrana, a qual é a principal característica da doença. A difteria é uma doença imunoprevenível, a vacina baseada no toxoíde atua apenas contra a toxina do micro-organismo, e não tem eficácia contra as linhagens atoxigênicas, que vêm sendo cada vez mais relatadas causando outras formas de doença e têm recebido cada vez mais importância, pois estão associadas à infecções invasivas, como endocardite e osteomielite. O presente estudo teve como objetivo compreender melhor a epidemiologia da difteria no Brasil, utilizando Multilocus Sequence Typing (MLST) para caracterizar 47 linhagens de C. diphtheriae toxigênicas e atoxigênicas isoladas no Brasil entre 1980 e 2019. A tipificação por MLST identificou 28 sequências tipo (ST) diferentes, sendo 17 ST novos. A análise filogenética baseadas no MLST confirmou a grande diversidade da espécie C. diphtheriae e mostrou que as linhagens desta espécie foram agrupadas em quatro clados. As linhagens toxigênicas e as atoxigênicas caracterizadas neste estudo se distribuíram em três dos quatro clados. Entretanto, é interessante observar que algumas linhagens toxigênicas apresentaram estreito relacionamento filogenético como exemplo as linhagens que causaram o surto no Maranhão em 2010 (ST176) e as isoladas no surto em Pernambuco em 2015 (ST643) e as linhagens isoladas de dois casos de difteria em Pernambuco em 2013 (ST212) e uma isolada em São Paulo em 2014 (ST651). Outra linhagem toxigênica atribuída ao ST176 foi isolada de um caso de difteria em Santa Catarina em 2012. Outras duas linhagens classificadas como ST174 foram isoladas no Rio de Janeiro em 1981 e no Acre em 2014, respectivamente. Estes dados mostraram linhagens toxigênicas disseminadas por estados distantes do país. Neste estudo foi possível avaliar também que a única linhagem de C. diphtheriae depositada no PubMLST isolada do surto da Venezuela em 2017 (ST697) está estreitamente relacionada as linhagens pertencentes ao ST174, isolada em 2014 no estado do Acre e alerta a probabilidade de surtos nos estados da região Norte do Brasil caso a cobertura vacinal seja negligenciada.Os resultados deste estudo podem ser usados para futuros estudos epidemiológicos mais aprofundados, e o conhecimento maior sobre o cenário geral da difteria no Brasil, pode auxiliar na orientação de ações de prevenção e controle desta doença imunoprevinível |