Perfis de susceptibilidade aos agentes antimicrobianos de estirpes de Corynebacterium diphtheriae e Corynebacterium ulcerans isoladas no Brasil entre 1980 e 2024
Ano de defesa: | 2024 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23060 |
Resumo: | Corynebacterium diphtheriae e Corynebacterium ulcerans são espécies do complexo C. diphtheriae, que inclui espécies filogeneticamente relacionadas e capazes de produzir a toxina diftérica (TD). As espécies são consideradas os principais agentes etiológicos da difteria. Embora prevenível por vacinação, surtos e casos isolados de difteria ainda são relatados, inclusive no Brasil. O tratamento da difteria é realizado com o uso de antitoxina diftérica e antimicrobianos. Além da difteria, estirpes de C. diphtheriae e C. ulcerans, principalmente as não-produtoras de TD, já foram associadas a infecções diversas. Embora a resistência de estirpes de C. diphtheriae e C. ulcerans a diferentes antimicrobianos já tenha sido descrita na literatura, pontos de corte clínicos específicos para essas espécies só foram definidos pela primeira vez em 2023 pelo Comitê Europeu de Testes de Suscetibilidade aos Antimicrobianos (EUCAST). Portanto, o objetivo desse trabalho foi determinar os perfis de susceptibilidade aos antimicrobianos de estirpes dessas espécies isoladas em variados estados brasileiros, entre 1980 e 2024, de acordo com os novos pontos de corte. Para isso, as estirpes foram recuperadas da bacterioteca do Laboratório de Difteria e Corinebactérias de Importância Clínica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e tiveram sua identificação na categoria de espécie confirmada por espectrometria de massas e por análises genotípicas. Adicionalmente, foi investigada a presença do gene tox, codificador da TD. A susceptibilidade aos antimicrobianos foi testada através do método de disco-difusão e por determinação da concentração inibitória mínima, utilizando fita de gradiente de concentração de antimicrobianos. Ao todo, 62 estirpes foram recuperadas, sendo a maior parte (92%) da espécie C. diphtheriae. O gene toxfoi identificado em 32% das estirpes. Todas as estirpesforam sensíveis ao meropenem e linezolida; foram também sensíveis, aumentando a exposição à benzilpenicilina, cefotaxima e ciprofloxacino. Foram encontradas estirpes resistentes à tetraciclina, à rifampicina, ao sulfametoxazol-trimetoprima e à clindamicina. Em relação ao período do estudo, os anos que tiveram os maiores números de estirpes resistentes isoladas foram 2010 e 2015 e as Unidades Federativas foram Rio de Janeiro, seguido de Pernambuco e Maranhão. Os resultados obtidos demonstram a diversidade de perfis de susceptibilidade aos agentes antimicrobianos entre estirpes brasileiras de C. diphtheriae e C. ulceranse enfatizam a importância de se realizar o teste de susceptibilidade aos agentes antimicrobianos. Não apenas para orientar a escolha terapêutica, mas para a compreensão global dos mecanismos de resistência nas espécies testadas. |