Cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) em meninas e adolescentes no Brasil: análise por coortes de nascimentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moura, Lívia de Lima
Orientador(a): Luz, Paula Mendes, Codeço, Claudia Torres
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37391
Resumo: Objetivo: Estimar a cobertura vacinal contra HPV em meninas e adolescentes nos municípios brasileiros e identificar fatores associados com o alcance da cobertura preconizada Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo analítico e seccional do tipo ecológico. As unidades de análise foram os 5.565 municípios brasileiros, tendo como população alvo as coortes de meninas nascidas nos anos de 2001, 2002 e 2003 e para o qual o desfecho cobertura vacinal foi avaliado em 2017. O cálculo de cobertura vacinal acumulada por coorte de meninas foi feito a partir da identificação de coortes etárias, definidas como o conjunto de pessoas que completam o mesmo número de anos de vida, no mesmo ano calendário, sendo classificada a cobertura vacinal em baixo (<80%) e em adequada (≥80%). Além disso, os indicadores socioeconômicos foram obtidos no Sistema do IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e foram classificados partir dos seguintes eixos: índice de pobreza, escolaridade, moradia, população, recursos e saúde. Os dados foram analisados em três etapas utilizando-se o software R, versão 3.5.0. A primeira etapa abrangeu uma análise descritiva da cobertura vacinal acumulada da 1º e 2º dose segundo a coorte de nascimentos, coorte I, coorte II e coorte II. Na segunda etapa os indicadores socioeconômicos foram estimados e descritos. Na terceira etapa do estudo foram utilizados modelos de regressão logística para avaliar a associação dos indicadores socioeconômicos e o alcance da cobertura vacinal adequada. Resultados: Na coorte I (meninas de 14 anos em 2017), 94.4% dos municípios atingiram cobertura adequada, caindo para 35.8% na segunda dose. Na coorte II (meninas de 15 anos), 88.8% dos municípios atingiram a cobertura adequada na primeira dose enquanto que 59.5% dos municípios alcançaram a meta para a segunda dose. Na coorte III (meninas de 16 anos), 81.5% dos municípios atingiram a cobertura adequada na primeira dose e 46% na segunda. A modelagem para identificação de fatores associados com adequada cobertura vacinal para HPV, na primeira dose e segunda dose foi realizada apenas para a coorte I, isso é, a de meninas com 14 anos em 2017. O eixo moradia, representado pelas variáveis água encanada, coleta de lixo e celular no domicílio, apresentou associação consistentemente positiva com o alcance da cobertura vacinal adequada para a vacina HPV nos modelos da região Centro-Oeste (1ª e 2ª dose), Norte (1ª dose) e Sudeste (1ª dose). Adicionalmente, para a 1ª dose, foi encontrada uma associação positiva entre concentração de população urbana e alcance da cobertura vacinal em todas as regiões exceto na região Norte. Conclusão:. O presente trabalho destaca diversos desafios no que diz respeito a cobertura vacinal contra HPV no Brasil. A estimativa da cobertura vacinal da 1ª dose da vacina contra HPV no Brasil sugere altas coberturas apesar de alguns locais não acompanharem o padrão (Distrito Federal e Amazonas). Para a 2ª dose, o oposto foi observado com uma baixa cobertura vacinal acumulada em todas as coortes sendo que a coorte I se destaca pelo pior desempenho.