Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Lourêdo, Liliane Simpson |
Orientador(a): |
Guaraldi, Ana Luíza de Mattos,
Villas Bôas, Maria Helena Simões |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Oswaldo Cruz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/8834
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Resumo: |
Corynebacterium ulcerans têm sido cada vez mais responsáveis por quadros de difteria zoonótica, além de outras infecções de humanos e de animais de companhia, incluindo cães. Uma vez que animais de companhia assintomáticos são capazes de transmitir o patógeno para os humanos em áreas urbanas e que escassas são as investigações sobre o potencial de virulência e o relato de casos dessas zoonoses em países em desenvolvimento, nesse sentido o presente estudo teve como objetivo o isolamento, caracterização e avaliação do potencial de virulência de amostras de C. ulcerans oriundas de animais domésticos domiciliados na área metropolitana do Rio de Janeiro. Os dados indicaram a presença de C. ulcerans em diferentes municípios. Além de humanos e de animais de abrigo, foram isoladas amostras não produtoras de toxina diftérica de cães assintomáticos domiciliados. As amostras isoladas (BR-AD41 e BR-AD61) apresentaram moderada sensibilidade a penicilina G e resistência a clindamicina. Os sistemas de fenotipagem Api-Coryne e Vitek 2 não permitiram a correta identificação de C. ulcerans em algumas oportunidades. Os microrganismos foram inicialmente caracterizados quanto à espécie e a presença do gene tox pela técnica de PCR multiplex. A confirmação do diagnóstico foi feita pelo sequenciamento dos genes 16S rRNA e rpoB. A relação genética entre amostras isoladas de humanos e cães assintomáticos no Rio de Janeiro (Brasil) foram analisadas pela técnica de eletroforese de campo pulsado (PFGE). Dentre os cinco pulsotipos demonstrados, os perfis IV e V exibindo ≥85% de similaridade foram expressos pelas amostras BR-AD41 e BR-AD61 de cães residentes em um mesmo município. A heterogeneidade dos pulsotipos indicaram endemicidade de C. ulcerans no Rio de Janeiro. Independente da capacidade de produção de toxina diftérica, o potencial de virulência para humanos de amostras de C. ulcerans foi evidenciado pela habilidade de produzir biofilme em superfícies abióticas inclusive catéteres de poliuretano e a presença de gene rpb que codifica a toxina Shiga-like. C. ulcerans mostrou capacidade de aderir, invadir e sobreviver no interior de células epiteliais humanas em níveis variados, independente da presença de TD. Adicionalmente, a afinidade de C. ulcerans ao fibrinogênio (Fbg), fibronectina (Fn) e colágeno tipo I de humanos e a capacidade de causar rede de fibrina e lesões cutâneas em murinos foram também demonstradas. Concluindo, potencial patogênico de natureza multifatorial foi demonstrado para amostras de C. ulcerans que também podem ser encontradas colonizando a população de cães domiciliados e portanto em contato estreito com o homem na região metropolitana do Rio de Janeiro. |