Frequência e distribuição espaço-temporal das mortes infantis associadas à microcefalia e às malformações do sistema nervoso central no Brasil entre 2000 e 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mesquita, Maria Jaqueline
Orientador(a): Costa, Filipe Aníbal Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25155
Resumo: As malformações congênitas são condições clinicas presentes ao nascimento ou antes do mesmo, caracterizadas por anomalias físicas decorrentes de problemas na embriogênese. Este estudo tem como objetivo descrever a distribuição espacial e temporal das mortes infantis associadas às microcefalias e as malformações do sistema nervoso central no Brasil, no período anterior à epidemia de Zika, de 2000 a 2014. Foi realizado um estudo retrospectivo com base em dados secundários de mortalidade obtidos no Sistema de Informação de Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foi composto um banco de dados com todos os 16.134.341 óbitos registrados no Brasil, destes óbitos, 729.747 (4,52%) foram de crianças com idade até 11 meses e 29 dias. O número médio anual de óbitos associados às microcefalias, no Brasil, foi de 63,3. Com relação aos 22.369 óbitos por quaisquer malformações do sistema nervoso central, a média anual foi 1491,3. As malformações do sistema nervoso central foram uma causa relativamente frequente de mortalidade infantil no Brasil no período estudado sendo que as microcefalias correspondem a uma pequena parte do total, sendo eventos raros. Do ponto de vista temporal, não houve oscilações importantes nas taxas anuais de mortalidade por microcefalia e malformações do sistema nervoso central Com relação à distribuição geográfica dos óbitos por microcefalia e malformações do sistema nervoso central ao nível dos estados foi observado algum grau de heterogeneidade. Os estados que apresentaram as maiores taxas de mortalidade infantil específicas por malformações do sistema nervoso central foram o Acre, o Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Espírito Santo, com médias anuais entre 0,616 e 0,700 óbitos / 1000 nascimentos. A linha de base dos óbitos por microcefalia e outras malformações do sistema nervoso central gerada a partir dos dados de 2000 a 2014 sugerem um aumento importante na mortalidade infantil específica por estes agravos a partir de 2015, com base nos dados da epidemia divulgados pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública sobre Microcefalias. A partir de uma situação pré-epidêmica de relativa homogeneidade espacial no território nacional entre 2000 e 2014, surge após 2015 uma distribuição geográfica distinta daquela observada no período anterior à introdução do vírus Zika no Brasil