Homicídio e qualidade da informação na Bahia: análise ecológica da mortalidade relacionada a fatores socioeconômicos, sanitários e demográficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Tiago Oliveira de
Orientador(a): Souza, Edinilsa Ramos de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26994
Resumo: Este trabalho teve como objetivo realizar estudo ecológico da mortalidade por homicídio nos municípios da Bahia relacionando-a aos fatores socioeconômicos, sanitários, demográficos e de qualidade da informação. A tese foi construída no formato de três artigos científicos. O primeiro visa identificar padrões na distribuição de homicídio e indicador de qualidade da informação sobre causas externas. Foi observado padrão de distribuição da mortalidade não aleatório, de acordo com o Índice de Moran. As proporções de mortes indeterminadas 50 por cento se concentraram nas microrregiões (MR) de Barreias e Cotegipe. Por outro lado, as mais altas taxas de mortes por homicídio foram observadas nas MR de Salvador, Ilhéus-Itabuna e Porto Seguro, nos municípios de Simões Filho (326,3), Lauro de Freitas (320,4) e Porto Seguro (291,7 por 100 mil), no triênio de 2011-2013. Compreendeu-se a relevância de consideração a qualidade da informação acerca da causa básica, sobretudo em regiões com altos índices de causa indeterminada. O segundo artigo considerou os achados obtidos no primeiro e estimou taxas de homicídio quinquenais corrigidas, com a finalidade de apresentar indicador mais fidedigno. Para tanto, foi realizada redistribuição proporcional de óbitos e aplicados fatores de correção. Os resultados apontam uma subnotificação de 30,8 por cento nos dados oficiais comparados aos corrigidos. Observou-se incremento de homicídio em todos os quinquênios nos municípios analisados após as correções. O último artigo analisou a relação entre fatores socioeconômicos, sanitários e demográficos e os homicídios. Utilizaram-se modelos de regressão binomial negativo simples e múltiplos construídos para as análises de correlação. Considerou-se como variável resposta o número de homicídio corrigido (de acordo com o segundo artigo). Os achados apontaram associação positiva entre número de homicídio e índice de economia e finanças, índice de desenvolvimento humano, índice de gini, densidade demográfica, taxa de morte por intervenção legal. As variáveis índice de educação, taxa de óbito de intenção indeterminada e proporção de mal definida apresentaram associação inversa ao número de homicídio nos municípios baianos. Conclui-se que indicadores de homicídio relacionam-se com fatos políticos, econômicos, culturais e de quaisquer alterações na balança social das desigualdades. Assim, locais com baixas taxas de homicídio podem estar ocultados por altos índices de causa indeterminada, daí a importância de considerar a qualidade da informação e as peculiaridades regionais, para não incorrer em uma avaliação equivocada do impacto dos homicídios.