Prevalência de doenças crônico-degenerativas na população Guarani-Mbyá do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Cardoso, Andrey Moreira
Orientador(a): Mattos, Inês Echenique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4603
Resumo: A distribuição desigual das doenças crônico-degenerativas tem sido atribuída aos diferentes graus de transformação social em diversas populações. Neste sentido, estudos internacionais em populações indígenas submetidas a mudanças em seus estilos de vida têm mostrado prevalências elevadas de hipertensão arterial, diabetes mellitus e de alterações de fatores de risco a eles associados. Foi realizado um estudo de prevalência destes agravos na população adulta das aldeias indígenas Sapukai, ParatyMirim e Araponga, no Rio de Janeiro. Após recenseamento, a população teve os dados coletados através de entrevista e avaliações clínicas e bioquímicas. O universo da população estudada foi de 80 homens e 71 mulheres. As prevalências em toda a amostra, no sexo masculino e no feminino foram, respectivamente, para: hipertensão arterial (4,8%, 2,6% e 7,4%); hiperglicemia casual compatível com diabetes mellitus ( 0,7%, 0 e 1,4%) e tolerância diminuída à glicose (3,5%, 1,4% e 5,6%); baixo peso (4,1%, 3,9% e 4,3%); sobrepeso ( 26,7%, 19,5% e 34,8%) e obesidade (4,8%, 3,9% e 5,8%); alterações lipídicas do colesterol total (2,8%, 2,7% e 2,9%) e dos triglicerídios (12,6%, 9,5% e 15,9%); tabagismo (5,9%, 7,5% e 4,2%); etilismo (3,3%, 6,2% e 0) e sedentarismo (28,1%, 7,4% e 51,4%). Quase todas as prevalências foram superiores no sexo feminino e maiores nas idades mais avançadas. Foram observadas correlações significativas entre os índices antropométricos e os valores lipídicos e a idade (RCQ/triglicerídios: 0,366; colesterol/idade: 0,364; IMC/triglicerídos: 0,318; RCQ/colesterol: 0,306), todos com p-valor < 0,01, das PAS e PAD com a idade (0,194 e 0,200; p-valor: < 0,05) e da PAD com o peso e IMC (0,235 e 0,228; p-valor < 0,01). Os indivíduos com 50 anos e mais apresentaram risco 4,5 vezes maior que os de até 29 anos, de apresentar acúmulo de mais de dois fatores componentes da Síndrome de Resistência Insulínica e os obesos, 4 vezes mais risco que aqueles com peso normal. Os resultados sugerem que a população avaliada encontra-se sob risco intermediário para as doenças crônicas mostrando que devem ser empreendidos esforços no sentido de controlar os fatores de risco.