Homicídio no município do Rio de Janeiro: quem mata?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mariz, Rodrigo Soares de Assis
Orientador(a): Minayo, Maria Cecília de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35094
Resumo: A pesquisa se propôs a descrever e analisar o perfil dos autores de mortes decorrentes de agressões intencionais por terceiros, no município do Rio de Janeiro, no ano de 2015, segundo os dados produzidos pelas investigações da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, As informações obtidas compõem a macrocategoria Letalidades Violentas e são divididas em Homicídios Dolosos, Roubos seguidos de Morte (Latrocínios), Lesões Corporais seguidas de Morte e Homicídios Provenientes de Oposição à Intervenção Policial. Após a coleta dos dados, realizaram-se as análises do perfil dos autores de cada uma dessas categorias separadamente e também em conjunto, por meio das variáveis sexo, idade, escolaridade, ocupação, existência de relação prévia entre autor e vítima, e o tipo de agressão ou circunstância de causa dessa agressão. Foi realizada uma pesquisa de caráter quantitativo observacional do tipo transversal. Os dados foram colhidos mediante pesquisa no banco de dados ROWEB/PCERJ e leitura de todos os Registros de Ocorrências abrangidos pelo recorte desta pesquisa. Esses dados demonstraram o peso das atividades ilegais organizadas como tráfico drogas e as realizadas por milícia na produção dessas mortes. Elas são, em parte, causadas diretamente pela sua atuação como forma de coerção e legitimação de controle, como também em virtude da repressão por parte do Estado por meio das instituições de segurança que também é uma relevante produtora de mortes. Igualmente, a convivência em espaços socialmente degradados e carentes de acesso à serviços públicos não policiais e o espaço doméstico apresentaram-se como produtores de violência interpessoal em suas diversas formas, tendo como desdobramento extremo a morte. Há um levado grau de proximidade entre o perfil dos autores verificados neste trabalho e as vítimas de homicídios em contexto urbano similar ao pesquisado. Tendo sido demonstrado um perfil de autores homens, jovens, negros, com baixa escolaridade e altos níveis de não ocupação formal regular, muitas vezes inseridos em um ambiente degradado socialmente, carente de novas perspectivas e com a forte influência de atividades produtivas ilegais como tráfico de drogas e milícia, ambiente este que contribui relevantemente para situações de homicídios.