Avaliação da atividade antibacteriana de extratos de Eugenia brasiliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mendes, Fabio Luiz Ribeiro
Orientador(a): Nogueira, Joseli Maria da Rocha, Carvalho, Erika Martins de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37035
Resumo: A resistência aos antimicrobianos é uma ameaça crescente em infecções bacterianas, não só dificultando os tratamentos, mas aumentando a morbidade e mortalidade. Bactérias como Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus são causas comuns de infecções resistentes à antibioticos. Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a escassez de novos medicamentos eficazes contra bactérias. Em contrapartida, fontes naturais como plantas, ainda pouco exploradas, podem possuir atividade antimicrobiana ainda por ser descoberta. Portanto, urge explorar esse potencial, especialmente, em casos promissores, como no gênero Eugenia, conhecido por apresentar ácidos triterpênicos, bioativos. Apesar de ser um gênero promissor nem todas suas espécies foram analisadas, levando-nos a escolha de uma espécie pouco estudada. Portanto, esse trabalho objetivou avaliar e comparar o potencial antibacteriano de extratos de folhas de Eugenia brasiliensis, obtidas por coletas sazonais e testar sua toxidez. As coletas foram realizadas trimestralmente no Jardim Botânico do RJ (JBRJ) e os extrato etanólicos preparados com o pó das folhas secas. Foram utilizadas cepas ATCC Gram positivas de S.aureus: 25923 ( Lactamase -) e 29213 ( Lactamase +), e duas Gram negativas, E.coli (28922) e Pseudomonas aeruginosa (27853). A técnica de escolha foi a microdiluição em placa de 96 poços, pois permite avaliar a concentração inibitória mínima (CIM) e posteriormente a concentração bactericida mínima (CBM). No extrato onde houve maior atividade antibacteriana foi realizado o teste de toxidez com o crustáceo Artemia salina. Os testes fitoquímicos foram realizados através da técnica de cromatografia em camada delgada (CCD) e o solvente utilizado na extração foi o etanol. Foi possível através deste estudo detectar como metabólitos secundários: alcalóides, flavanóides, triterpenóides, esteroides e taninos. Através da técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD), foi quantificada a presença dos ácidos triterpenicos, os quais são atribuídos a bioatividade antimicrobiana. Os resultados mostraram que o ácido oleanólico, betulínico e ursólico estão presentes em todas as estações do ano. Todavia, a melhor atividade antibacteriana (1 mg/mL) foi identificada nos extratos obtidos nos meses mais quentes (menores CIM para bactérias Gram positivas). A CBM foi compatível com a CIM indicando possível atividade bactericida dos extratos. A dose letal mediana (DL50) do extrato do verão frente A.salina após 24h foi 2mg/mL. A pesquisa demonstrou atoxicidade dos extratos, atividade antibacteriana promissora para Gram positivos e existência de variação sazonal, sugerindo um bom potencial para E.brasiliensis e indicando que maiores estudos devem ser realizados.