Caracterização de compostos fenólicos de frutas nativas brasileiras e atividade inibitória das enzimas digestórias α-amilase e α-glicosidase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Navarro, Jacqueline de Oliveira Sanches Valerio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-19052022-164801/
Resumo: A biodiversidade brasileira é vasta e promissora, rica em frutas com potencial econômico. Estas, possuem compostos bioativos, como compostos fenólicos que apresentam capacidade antioxidante e têm a propriedade de inibir enzimas chaves para a degradação de carboidratos, tais como a α-amilase e a α-glicosidase. Isso as tornam importantes agentes de redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo deste trabalho foi caracterizar os compostos fenólicos e potencial atividade biológica in vitro de duas frutas nativas brasileiras: a cereja-do-rio grande (Eugenia involucrata DC.) e a uvaia (Eugenia pyriformis). Os frutos foram coletados em 2018 em diferentes regiões dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Foram analisados os pesos médios dos acessos (polpa + casca) e realizadas as análises de açúcares totais, ácido elágico total, antocianinas monoméricas totais (apenas para os frutos vermelhos), fenólicos totais, DPPH e ORAC, ensaios da atividade de inibição de α-amilase e α-glicosidase e identificação de flavonoides. Esta última, realizada por LC qTOF-MS/MS e quantificada por CLAE-DAD. Os estudos de ancoramento molecular permitiram sugerir um modelo de interação com os compostos fenólicos e a α-amilase. Todos os acessos possuem alto teor de polpa e elevado conteúdo de açúcares solúveis em 100 g b.u. Os acessos CE035 (Salesopólis / SP) e Uvaia Comum (Rio Claro / SP) foram as amostras que apresentaram melhor capacidade antioxidante. Os flavonoides identificados na cereja-do-rio-grande vermelha pertencem às subclasses antocianinas, flavon-3-ol e flavanol; já a cereja-do-rio-grande amarela apresentaram as subclasses flavan-3-ol e flavanol. A uvaia apresentou duas subclasses flavan-3-ol e flavanol. O ácido elágico foi detectado em maior conteúdo em 95% os acessos do que o conteúdo de compostos fenólicos. Os acessos CE057 (Ibitinga / SP) e UV068 (Cabo Verde / MG) foram as amostras mais eficientes em inibir a α-amilase. O extrato de uvaia que mais inibiu α-glicosidase foi a de Uvaia Pera (Rio Claro / SP). Diante dos resultados de score do ancoramento molecular, todos os compostos fenólicos obtiveram média de ranqueamento mais significativa do que a acarbose (inibidor de α-amilase), exceto o dímero de proantocianidina. Desta forma, conclui-se que frutos cereja-do-rio-grande e 8 uvaia possuem boa capacidade antioxidante e podem ser considerados bons inibidores de α-amilase e α-glicosidase, os resultados de ancoramento molecular validaram os resultados visualizados nas análises in silico. A proposta é que a sociedade se aproprie desses resultados para obter retorno com o uso e valorização adequados do seu patrimônio genético.