Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Alves, Caroline Gava |
Orientador(a): |
Camacho, Luiz Antonio Bastos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47632
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Resumo: |
No primeiro semestre de 2017 o Brasil registrou sua maior epidemia de febre amarela (FA), nas últimas décadas, atingindo majoritariamente a região sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro). A FA é causada pelo vírus amarílico, um flavivírus, geralmente transmitido por vetores silvestres (mosquitos Haemagogus e Sabethes). Na ocorrência do ciclo urbano, erradicado no Brasil desde a década de 40, a transmissão se dá pelo mosquito Aedes aegypti. Primatas não humanos são os principais hospedeiros do vírus amarílico, e constituem \201Csentinelas\201D no que tange a vigilância da FA. A maioria dos casos em humanos (40% a 65%) apresentam a forma leve ou assintomática da doença. Entretanto, 30% a 50% dos que apresentam a forma grave evoluem a óbito. Esta tese, apresentada em artigos, investigou os aspectos clínicos e epidemiológicos da epidemia de FA ocorrida em 2017 no estado do Espírito Santo (ES). Um primeiro estudo descritivo iniciado ainda em 2017, caracterizou os casos confirmados, com maior ocorrência em homens de ocupação rural e faixa de idade de 40 a 49 anos. O segundo artigo analisou a ocorrência de clusters espaço-temporais de casos humanos e epizootias, identificando 5 clusters com significância estatística em cada grupo, revelando que em algumas regiões a ocorrência de epizootias e casos em humanos foram simultâneas e que a entrada do vírus no ES se deu por duas regiões distintas, contribuindo para rápida disseminação. O terceiro artigo analisou dados clínicos e laboratoriais em uma coorte de internados com FA, com análise longitudinal que permitiu comparar os parâmetros de evolução entre óbitos e sobreviventes. Identificou a TGO, INR e BD como marcadores de maior predição para óbito por FA. Também identificou importante comprometimento renal desde o início da infecção entre os pacientes que evoluíram a óbito, e que não houve diferença no tempo entre o início dos sintomas e a internação entre quem foi a óbito ou sobreviveu. Em um quarto artigo, essa tese avaliou as ações de controle e prevenção desencadeadas no curso da epidemia no ES, nas diferentes vertentes da vigilância da FA (epidemiologia, imunização, epizootias, entomologia), assim como a incidência de EAPV de FA, destacando que o estado não era área com recomendação para vacina. Foi possível reconhecer avanços, apontar algumas medidas tardias e lacunas na vigilância que necessitam melhorias. Assim, este estudo permitiu elucidar algumas questões acerca da dinâmica da circulação da FA, evolução clínica da doença, e consolidar a vigilância da FA no ES. |