Condições de vida e de saúde no contexto de uma unidade de conservação ambiental de uso sustentável na Amazônia brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Medeiros, Marcílio Sandro de
Orientador(a): Costa, André Monteiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Fundação Oswaldo Cruz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/32896
Resumo: O objetivo foi compreender como são determinadas as condições de vida e de saúde dos ribeirinhos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, cuja execução das ações da gestão do território é realizada por organizações não estatais e, para isso, utilizou-se a categoria da Reprodução Social de Juan Samaja. Trata-se, este, de um estudo analítico, do tipo estudo de caso. A área e população do estudo foram, respectivamente, composta por famílias residentes em oito comunidades que totalizaram 239 pessoas. As etapas da pesquisa constituíram-se de análise documental, observação direta, entrevista, questionário estruturado e plano de análise dos dados na perspectiva multinível. A reprodução política emerge em meio a um campo epistêmico da biologia conservacionista no âmbito de uma conjuntura de rediscussão dos modelos de Estado e de Desenvolvimento. No caso, constatou-se que essa envolvia várias instituições, que atuam de forma desarticulada com saúde municipal, que não solucionaram, por exemplo, as barreiras de ordem geográfica de acesso à saúde, típicas do modo de vida regulada pela ecossistema de várzea, nem a baixa escolaridade (42% não sabem ler) e baixa renda (60,6% das famílias vivem com menos de 1 salário mínimo), como também o deficitário acesso a banheiro e água encanada dentro de casa (17% e 25%, respectivamente). No nível biocomunal, essas condições, se expressam nas elevadas queixas de saúde (78,8%) e de acidentes de trabalho (70,9%), assim como nas frequências de doenças de veiculação hídrica e de transmissão vetorial. Concluímos que os processos sociais que determinam as situações de saúde dos ribeirinhos são oriundos da estrutura de poder configurada pela sobreposição de estratégias de ações das organizações estatais e não estatais, as quais tem produzido interação de conflito sobre as responsabilidades com a atenção à saúde.