A proteção social em áreas vulneráveis à tuberculose: um estudo misto em São Luís, Maranhão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Aragão, Francisca Bruna Arruda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-09032023-085805/
Resumo: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, sendo um dos principais desafios de saúde pública mundial. Nesse sentido, considerando a magnitude da tuberculose como doença socialmente produzida, fica evidente que ela está relacionada a determinantes sociais da saúde, de modo que a mortalidade e a incidência acometem com relevância países de baixa renda, com maior vulnerabilidade social, desigualdade, pobreza, falta de desenvolvimento de políticas públicas e menor protecional social. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo mapear as áreas de risco para a tuberculose e analisar as influências da proteção social no desenvolvimento do tratamento na cidade de São Luís, do Maranhão. Trata-se de um método misto, caracterizado pelo desenho sequencial explanatório, cuja coleta de dados foi realizada por meio da ficha de notificação do SINAN, que foi utilizada para a caracterização dos pacientes e para mapear as áreas de riscos para a tuberculose. A geocodificação foi feita a partir de duas técnicas diferentes. A análise de identificação de áreas de alto ou baixo risco para o adoecimento por TB que foi realizada no software SaTScan versão 9.2 e o mapa temático, contendo os Riscos Relativos (RRs) das áreas identificadas na análise de varredura que foi construído por meio do software QGIS versão 3.16.2. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com pessoas diagnosticadas com TB, as quais foram identificadas a partir dos prontuários de pacientes que faziam tratamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), localizadas nas regiões de maior risco para TB. Vale ressaltar que para a caracterização dos entrevistados foi usada a versão STATA 13.0 e para a análise dos conteúdos foi utilizado o programa ATLAS.ti versão 9, que serviu para a organização e análise sistemática dos dados empíricos provenientes das entrevistas. Conforme os resultados, foram analisados 7.958 casos de tuberculose notificados ao SINAN, no município de São Luís - MA, no período de 2010 a 2019, de acordo com os dados, verificou-se uma maioria do sexo masculino (67,92%), com faixa etária de 2029 anos (27,07%), pardo (50,11%) e possuindo de 1 a 8 anos de estudos (47,40%), contudo, somente 4,39% recebiam auxílio governamental. Na análise de varredura puramente espacial, foi possível identificar 13 aglomerados espaciais de risco para TB, sendo que o bairro de Pedrinhas representou o local com maior chance ou RR para a incidência da doença. Contudo, as áreas localizadas no aglomerado 11 RR apresentaram maior número de centros de saúde que atendem esse público, logo, são também considerados locais de risco de adoecimento de TB. Quanto as entrevistas, verificou-se nos depoimentos que existe uma relação positiva entre a melhoria dos pacientes de TB e o recebimento de auxílios sociais, visto que a melhora, as taxas de cura, a aderência ao tratamento e a prestação de serviços estão associados ao controle da TB. Portanto, o conhecimento das áreas de risco para o acometimento da doença e os determinantes sociais que são associados a TB permitem fortalecimento do controle da doença e fornecimento de informações que otimizam ações como: busca ativa, educação em saúde, notificações de casos novos, fatores importantes para atenção primária.