A loucura nos impressos da Corte do Rio de Janeiro na Primeira Metade do Século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Azevedo, Roberto Cesar Silva de
Orientador(a): Venancio, Ana Teresa A.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50378
Resumo: Esta tese analisa o modo como representações da loucura circularam em impressos de diferentes tipos na Corte do Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX. É possível encontrar referências à loucura em revistas médicas, pasquins políticos, romances-folhetins, teses da Faculdade de Medicina, relatórios técnicos, periódicos variados. Cada um deles cumpria uma determinada finalidade já que se destinava a um tipo de leitor e defina um modo de informar, um estatuto narrativo próprio que resultava em distintas interpretações e representações sobre a loucura. Para compreender essas distintas representações divulgadas em impressos é preciso considerar algumas características do período quanto à circulação pública da palavra escrita, a saber: a independência literária e a consequente emergência de uma literatura nacional, as transformações na imprensa e o e suas influências na literatura, na política e na medicina e o processo de institucionalização da medicina e do alienismo por meio dos impressos médicos. Ainda que nossa proposta se concentre na primeira metade do século XIX, o conjunto documental selecionado oferece dois marcos temporais a serem destacados. O primeiro é o ano de 1827, quando vêm à luz o primeiro periódico médico no Brasil, O Propagador das Sciencias Medicas. Esse periódico oferece um duplo pioneirismo, uma vez que também traz em suas páginas o primeiro artigo sobre moléstias mentais. O segundo marco temporal é 1843, ano de publicação do romance folhetim O Filho do Pescador, de Antônio Teixeira e Sousa, obra que seria considerada o primeiro romance brasileiro. Nosso interesse ao reunir e analisar as referências à loucura em um conjunto tão heterogêneo de impressos é identificar os vieses que constituem a percepção social da loucura em um período em que o alienismo brasileiro ainda dava seus primeiros passos.