Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Dalvi, Ana Paula Razal |
Orientador(a): |
Braga, José Ueleres |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47634
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Resumo: |
Diversos fatores são atribuídos à propagação de patógenos como fatores climáticos, sociodemográficos e de mobilidade humana. Diferentes países, principalmente o Brasil, que desde então enfrentavam epidemias recorrentes de dengue e, a partir de 2014, chikungunya, precisaram reorganizar os serviços de saúde para o enfrentamento de uma tríplice epidemia de arboviroses causadas por um mesmo vetor. Fatores sociodemográficos e características do domicílio e seu entorno merecem atenção dentre os fatores associados às três arboviroses. Pouco se sabe sobre essas relações entre adolescentes que apresentam relações com o ambiente social diversas das populações economicamente ativa, implicando em locais, tipos e graus de exposições ao vetor potencialmente distintos. Diversos esforços têm sido empregados para o maior conhecimento das doenças citadas na área da pesquisa epidemiológica, tendo a análise espacial um papel importante no conhecimento da dinâmica de doenças. O primeiro estudo deste projeto busca identificar o padrão de difusão espacial da epidemia de Zika, dengue e chikungunya em 2015-2016 no município do Rio de Janeiro, Brasil. Dois desenhos de estudo foram utilizados: a) Estudo transversal, e b) Estudo Ecológico. Mapas sequenciais de Kernel, variação da razão do vizinho mais próximo calculada cumulativamente em relação ao tempo, correlogramas de autocorrelação global utilizando o I de Moran e frequência das mudanças da autocorrelação local (LISA) no tempo foram utilizados para a identificação do padrão de difusão espacial. Seus resultados sugerem o padrão de difusão por expansão para as três arboviroses durante os anos de 2015-2016 no município do Rio de Janeiro. O segundo estudo de desenho caso-controle teve como objetivo identificar fatores sociodemográficos associados com o adoecimento pelo vírus Zika, dengue vírus e pelo vírus chikungunya em adolescentes participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes \2013 ERICA \2013 nos municípios do Rio de Janeiro/RJ e Fortaleza/CE em 2015-2019. Uma análise de regressão logística multinível foi aplicada para o município de Fortaleza e uma regressão logística para o município do Rio de Janeiro para estimar razões de chances (RC) como medida de associação, com respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). Em comparação com adolescentes vivendo em melhores condições socioeconômicas, a chance de adoecer por alguma das 3 arboviroses estudadas foi maior entre aqueles vivendo em condições socioeconômicas precárias (Baixo (RC=6,62; IC 95%: 1,12-38,46)) e foi menor nos residiam em domicílios com ausência de esgoto a céu aberto no entorno do domicílio (RC=0,38: IC 95%: (0,15-0,98)) em Fortaleza. O índice de Infestação Predial também influencia positivamente na chance de ocorrência de arboviroses em Fortaleza (RC=1,91; IC95%: 1,20-3,05). A chance de adoecer por Zika, dengue e chikungunya também foi maior entre os que vivem em domicílios com ausência de rede de abastecimento de água no Rio de Janeiro (RC=2,93; IC 95%: 1,08-8,16). Esses achados indicam que condições socioeconômicas mais precárias, a presença de esgoto a céu aberto e um índice de infestação predial de A. aegypti alto podem contribuir para uma maior chance de infecção de Zika, dengue ou chikungunya em adolescentes. A identificação de áreas com base nessas variáveis pode contribuir para a implementação de medidas de controle em grupos populacionais e locais prioritários. |