Investigação do surto de infecções por arbovirus em Tuparetama, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Farias, Rodrigo Pessoa de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6316064
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52539
Resumo: Em abril de 2015, ocorreu um surto de uma doença semelhante a dengue em Tuparetama, pequena cidade na região nordeste do Brasil; este surto foi caracterizado por sua rápida expansão. Iniciou-se uma investigação para identificar as etiologias virais e aconselhar as autoridades sanitárias na implementação de medidas de controle para conter o foco. Este é o primeiro relatório deste surto no Nordeste, embora alguns casos tenham sido documentados anteriormente em uma cidade vizinha. Foram obtidas amostras de 77 pacientes com suspeita de dengue que foram atendidos no principal hospital da cidade. Os ensaios de laboratório, como a reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa em tempo real, o sequenciamento do cDNA do vírus e o ensaio de imunoabsorção enzimática, foram utilizados para identificação viral. A análise filogenética molecular foi realizada para definir os genótipos virais circulantes. O RNA do vírus Zika (ZIKV) e Dengue (DENV) ou anticorpos IgM (Abs) para DENV ou chikungunya (CHIKV) foram detectados em 40 das 77 amostras de plasma (51,9%). DENV foi encontrado em 9 pacientes (11,7%), ZIKV foi encontrado em 31 pacientes (40,2%), CHIKV em 1 paciente (1,3%) coinfecção de DENV e ZIKV foi detectado em 2 pacientes (2,6%). Foram relatadas ainda as vantagens de testes para o vírus Zika (ZIKV) na urina, devido a excreção viral que pode durar até 20 dias após o início da doença. Nós investigamos 61 pacientes nos primeiros 5 dias após o início dos sintomas e encontramos mais pacientes positivos para ZIKV em amostras de plasma (n = 46), do que em amostras de urina (n = 37). Para os pacientes, que apresentaram positividade para ZIKV tanto no plasma quanto em urina (n = 28), as cargas virais foram similares em ambos materiais biológicos. Nas análises filogenéticas observamos que as 2 sequências de DENV pertenciam ao genótipo 1 e as 14 ZIKV sequencias parciais analisadas demonstraram similaridade com a linhagem asiática. Nossos resultados mostraram que o surto em curso foi causado por ZIKV, DENV e CHIKV. Isso enfatiza a necessidade de um diagnóstico rotineiro e diferencial de arbovírus em pacientes com sintomas semelhantes a dengue.