Avaliação do papel protetor de histonas nucleossomais de Leishmania como estratégia vacinal contra a leishmaniose cutânea experimental causada por L. braziliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Khouri, Mariana Ivo
Orientador(a): Farias, Leonardo Paiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50168
Resumo: INTODUÇÃO: A vacinação é uma das intervenções médicas mais importantes já implementadas. Apesar de todos os avanços, ainda existem muitas doenças sem vacinas disponíveis. Entre estas doenças, pode-se destacar a leishmaniose. Esta é uma doença parasitária que apresenta grande impacto na saúde pública. Existe um consenso que a indução de uma forte resposta imune celular seja protetora para leishmaniose. Dentre as novas plataformas para apresentar antígenos e induzir esta resposta podemos destacar novas formas de delivery e os adjuvantes. Neste trabalho, foram abordadas três estratégias visando gerar conhecimentos sobre o desenvolvimento de uma vacina contra este parasito. Primeiramente, foi avaliado o efeito adjuvante de nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) catiônicas e aniônicas sobre histonas nucleossomais de L. infantum em células dendríticas (DC) murinas. Posteriormente, foi avaliado o efeito protetor destas histonas nucleossomais como antígenos vacinais em associação com CpG ODN, bem como de parasitos nocautes, ambos utilizando o modelo murino cutâneo de L. braziliensis. OBJETIVO: Avaliar o papel protetor de histonas nucleossomais (H2A, H2B, H3 e H4) de Leishmania como estratégia vacinal contra a leishmaniose cutânea experimental causada por L. braziliensis. MATERIAIS E MÉTODOS: As NLS catiônicas e aniônicas foram preparadas pelo método de dupla emulsão, utilizando Precirol ATO 5 como um lipídio, e quitosana a fase aquosa externa para obter NLS catiônicas. As partículas foram analisadas por tamanho, índice de polidispersão (PdI) e potencial zeta por espalhamento dinâmico de luz. Em seguida, a captação de NLS por DC e ativação delas foi avaliada por microscopia confocal e citometria de fluxo, respectivamente. Para os ensaios de imunização e desafio foi utilizado o modelo de infecção de orelha em BALB/C. Foram realizadas três imunizações com histonas nucleossomais acompanhadas de CpG, ou uma imunização com L. infantum nocaute para o gene LPG2 (Li \0394lpg2). Após o desafio com L. braziliensis o curso da doença foi avaliado medindo o tamanho da lesão, e decorridas 10 semanas do desafio, foi avaliada a carga parasitária, a resposta imune celular e humoral. RESULTADOS: Foi possível padronizar formulações de nanopartículas negativas e positivas. Estas apresentaram tamanhos médios de 260 e 340 nm, respectivamente, cargas de -31 e +56 mV e índices de polidispersão de 0,2 e 0,4. Em seguida, a avaliação da captação por DC demonstrou uma baixa taxa de internalização. Além disto, não foi possível notar diferenças nos marcadores de ativação celular após exposição das DC às NLS. Ensaios de imunização e desafio revelaram uma redução significativa do tamanho de lesão apenas no grupo imunizado com o parasito nocaute Li \0394lpg2. Também houve uma redução da carga parasitária no linfonodo em todos os grupos quando comparados ao grupo Salina. A análise da resposta humoral revelou razões equilibradas IgG2a/IgG1 para os grupos salina e histona + CpG contra antígenos solúveis de Leishmania (SLA), e uma resposta de perfil mais Th1 para o grupo Li \0394lpg2. Não houve diferença significativa na produção de citocinas por esplenócitos entre os grupos avaliados. CONCLUSÕES: Foi possível padronizar a produção de NLS positivas e negativas, porém essas não demonstraram um efeito adjuvante. A imunização com Li \0394lpg2 levou à proteção parcial contra o desafio por L. braziliensis e esta proteção pode estar associada a uma resposta de perfil Th1 contra SLA.