Condicionamento operante de Macaca mulatta (zimmerman, 1780) como ferramenta de aprimorar o bem-estar e viabilizar protocolos científicos (Cercopithecidae - Primates)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Aihara, Mika Ester
Orientador(a): Andrade, Márcia Cristina Ribeiro, Verona, Carlos Eduardo da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55363
Resumo: Primatas não humanos (PNH) criados para fins científicos necessitam de manejo frequente para realização de procedimentos diversos mediante contenção física e/ou química, aumentando o estresse e risco de acidentes, prejudicando a qualidade das pesquisas e afetando o bem-estar dos animais. Técnicas de condicionamento operante com reforço positivo devem ser utilizadas para que os animais cooperem na execução dos procedimentos, demonstrando clara redução dos riscos de manejo e consequente melhoria na qualidade de vida dos animais e das pesquisas neles desenvolvidas. Neste trabalho, primeiramente foi elaborado um etograma para avaliação comportamental de seis exemplares (três machos e três fêmeas) da espécie Macaca mulatta (macaco rhesus), e posterior seleção de quatro animais para o estudo. Foi aplicado o método de condicionamento operante com reforço positivo em que, após responder adequadamente aos sinais ou comandos do treinador, os animais são recompensados com algo palatável que instigue interesse, tais como frutas ou guloseimas. Os treinos, divididos em duas fases, foram realizados sempre no período da tarde, por no máximo 30 minutos por animal, dois a cinco dias da semana. Inicialmente os animais foram condicionados a entrar na gaiola adaptada ao seu recinto e, uma vez dessensibilizados, partiu-se para as ações sequenciadas de condicionamento, que consistiu em ingestão de líquidos em seringas, aferição de temperatura, e coleta de urina. Ao responder positivamente às sessões, prosseguia-se para a segunda fase do treinamento, incluindo injeção intramuscular e coleta de sangue pela veia femoral. Por se tratar de estímulos desconfortáveis/aversivos, foi realizada a dessensibilização em etapas nos treinos da segunda fase. Foi possível condicionar quatro macacos rhesus para ingestão de líquidos em seringa e aferição de temperatura, um para coleta de urina e dois para injeção intramuscular, não sendo possível a coleta de sangue via veia femoral. Os animais mais favoráveis para a execução da técnica de condicionamento apresentaram maior frequência de categorias exploratórias, interações pacíficas e reduzidas condutas agonísticas, onde as fêmeas demonstraram ser mais facilmente condicionadas do que os machos. A vivência com os animais do estudo na aplicação do treinamento possibilitou aprimorar as técnicas de condicionamento, na busca de respostas positivas mais rápidas e eficazes, permitindo a coleta de amostras biológicas, com o mínimo de estresse que antes era desencadeado por contenções física e/ou química. O estudo permitiu gerar um Programa de Condicionamento Animal (PCA), com a proposta de um método de pesquisa direta com PNH sobre o referido assunto, como base para o desenvolvimento de outros trabalhos acerca de condicionamento animal. Os resultados demonstraram potencial reprodutibilidade nas pesquisas em prol da saúde pública, servindo, desta forma, como embasamento técnico para a sua aplicação em outras instituições que utilizam PNH destinados a pesquisas