Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Anna Beatriz Robottom |
Orientador(a): |
Moraes, Milton Ozório |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Oswaldo Cruz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7028
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Resumo: |
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, onde tanto fatores do hospedeiro quanto ambientais têm papel no desfecho da doença. A hanseníase é uma das causas predominantes de incapacidade no nervo por infecção e os pacientes exibem altas taxas de morbidade, o que tem grande impacto na saúde pública. Apesar disso, os mecanismos de imunopatogênese induzidos pelo M. leprae são pouco conhecidos, especialmente nos tempos iniciais da infecção neural. Nesse estudo foi realizada uma análise global da expressão gênica por microarranjos numa tentativa de esclarecer a interação entre o M. leprae e seu hospedeiro humano. Células de Schwann primárias humanas infectadas pelo M. leprae apresentaram como diferencialmente expressos a classe de genes induzidos por interferon do tipo I. Desses genes, o OASL foi o gene que apresentou a maior alteração de expressão. Esse aumento de expressão foi confirmado por RT-PCR em tempo real em células de Schwann primárias infectadas pelo M. leprae. Foi demonstrado que a proteína OASL migra para o núcleo frente à infecção pelo M. leprae morto em linhagens de células de Schwann e de macrófagos THP1, onde ela provavelmente atua através da repressão epigenética da transcrição. O estudo de polimorfismos nesse gene envolvendo 521 casos e 498 controles indicou que o alelo A do SNP rs3213545 está associado à resistência a hanseníase. Por fim, carreadores do alelo A do SNP rs3213545 apresentaram menor expressão de RNAm de OASL em biópsias de nervo de indivíduos com neuropatia periférica não hansênica, mas não em pacientes com hanseníase, sugerindo que de fato o OASL parece funcionar como um supressor da ativação da resposta imune protetora para a hanseníase. Assim, a produção diminuída de OASL em estágios iniciais da infecção poderia conferir resistência à hanseníase. Conjuntamente, esses dados sugerem que o aumento da expressão do gene OASL favorece, nas etapas iniciais da infecção pelo M. leprae, a sobrevivência intracelular do bacilo no seu hospedeiro. |