Internações por doenças respiratórias associadas à vulnerabilidade social e aos níveis de poluição atmosférica em Açailândia- MA, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Maciel, Suzenilde Costa
Orientador(a): Castro, Hermano Albuquerque de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51975
Resumo: As doenças respiratórias se constituem como grande problema de saúde pública, e são sinalizadas como causas importantes das internações hospitalares principalmente em grupos mais suscetíveis como crianças e idosos. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a relação entre internações por doenças respiratórias em crianças menores de 5 anos, residentes em Açailândia-MA, e os níveis de poluição atmosférica, focos de calor e índice de vulnerabilidade social. Para o alcance desse objetivo foram realizados dois estudos ecológicos, um para análise da associação entre vulnerabilidade social e internações por doenças respiratórias, no período de 2015 a 2019, e outro para avaliar a relação entre as variáveis ambientais e as internações por doenças respiratórias, no período de 2015 a 2018. Foram utilizados dados secundários provenientes da Secretaria Municipal de Saúde de Açailândia, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, dados abertos do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial- INPE e do Departamento de Informações do SUS- DATASUS. Foram feitas análises estatísticas descritivas, análise estatística espacial e aplicado Modelo de Regressão Binomial Negativa, que é um Modelo Linear Generalizado -GLM. Como resultado foi identificado que há dependência espacial tanto dos Índices de Privação Sócio Material- IP, índice sintético criado para mensurar a vulnerabilidade social, quanto das prevalências das internações por doenças respiratórias na população menor de 5 anos de idade; e essas duas variáveis se encontraram autocorrelacionadas. Com a pesquisa foi possível identificar em cada ano da série, pela análise de cluster, as áreas nas quais as internações são mais concentradas, encontrando-se RR para as internações que variaram de 2,08 a 2,82, com 5% de significância estatística na análise puramente espacial e RR de 2,88 na análise espaço-temporal. Na análise da relação entre as concentrações dos poluentes e as internações por doenças respiratórias, foi observado que as concentrações estavam abaixo do limite estabelecido pela legislação ambiental vigente, exceto o material particulado inferior a 2,5 micrômetros. As variáveis ambientais monóxido de carbono-CO, dióxido de enxofre- SO2, dióxido de nitrogênio- NO2 e ozônio- O3 apresentaram Riscos Relativos (RR) inferior a 1 para as internações, logo o acréscimo de uma unidade das concentrações das médias mensais dos poluentes indicou redução no número de internações mensais; entretanto, quando as variáveis foram controladas pelas variáveis climáticas, identificou-se efeitos sazonais que aumentavam os ricos para internações por doenças respiratórias na faixa etária de estudo. Para as variáveis MP2,5 e focos de calor não houve associação com significância estatística. Esta pesquisa agrega novos conhecimentos acerca dos fatores associados às internações hospitalares por doenças respiratórias em crianças, residentes em áreas urbanas com presença de potenciais fontes de poluição do ar; e os dados com as demais informações levantadas podem subsidiar ações de gestão em saúde e outras políticas necessárias para que a qualidade de vida da população possa ser melhorada e consequentemente refletir nos indicadores de saúde.