Aspectos clínicos e epidemiológicos do dengue hemorrágico no Ceará, no período de 1994 a 2006

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Vilar, Dina Cortez Lima Feitosa
Orientador(a): Souza-Santos, Reinaldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5059
Resumo: Casos de dengue hemorrágico começaram a ser notificados no Estado do Ceará em 1994, com letalidade elevada. O objetivo desse trabalho foi analisar as características clinicas e epidemiológicas dos casos de dengue hemorrágico no Ceará, no período de 1994 a 2006, buscando fatores associados à ocorrência de casos graves e óbitos. Foram analisados 868 casos confirmados pela Secretaria da Saúde do Ceará, que apresentaram início dos sintomas entre 1º de Janeiro de 1994 a 31 de dezembro de 2006. As análises foram realizadas utilizando os programas Terra View, Epi-Info 6.0 e Stata. Houve um aumento significativo no percentual de casos de dengue hemorrágico em relação aos casos clássicos, passando de 0,05% em 1994 para 0,67% em 2006. A letalidade no período foi de 10,7%, variando de 6,8 a 75,0%. O número de municípios com casos hemorrágicos passou de 3 em 1994 para 36 em 2003. A maioria dos casos (64%) foram confirmados na capital. Não houve diferença significativa entre os sexos. Foi observado um aumento de casos em menores de 12 anos (p<0,000), e uma diminuição nos maiores de 19 anos. As manifestações hemorrágicas mais freqüentes foram petéquias (40%), gengivorragia (18,7%) e sangramento gastrointestinal (17,3%). A prova do laço foi realizada em 52,5% dos pacientes e positiva em 36,5% do total de casos. O sinal de alerta mais freqüente foi a dor abdominal (48,3%). Os pacientes do interior apresentaram maior percentual de choque, com 20% e na capital 11,9% (p=0,007). A letalidade foi maior nos pacientes residentes do interior, com 16,1% na capital e 9,6 (p=0,016). A média dos valores de hematócrito foi mais elevada nos pacientes que evoluíam para cura com 41,6% e os valores médios de menor contagem de plaquetas foram menores nos que evoluíram para óbito com 41.400 por mm3 enquanto que nos que sobreviveram foi de 51.063 por mm 3 . Percebeu-se um agravamento da situação epidemiológica no Estado, com destaque para Fortaleza aumento da proporção de casos graves em relação aos casos de dengue clássico e um aumento dos casos nas faixas etárias mais jovens. Sugere-se a realização de estudos com o objetivo de determinar valor prognóstico dos fatores associados ao óbito encontrados.