Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Póvoa, Tiago Fajardo |
Orientador(a): |
Alves, Ada Maria de Barcelos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Oswaldo Cruz.
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6395
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Resumo: |
A dengue representa um sério problema de saúde pública mundial entre as doenças causadas por arbovírus. Seu agente etiológico, o vírus da dengue, compreende 4 sorotipos antigenicamente distintos (DENV1-4). Os sintomas da dengue variam desde a febre da dengue (FD) até a febre hemorrágica da dengue (FHD) e a síndrome do choque da dengue (SCD). No presente trabalho, iniciamos um estudo com o material obtido de diferentes órgãos (fígado, baço, pulmão, coração e rim) de quatro casos fatais de dengue. Análises histopatológicas revelaram, em todos os casos, áreas com edema e hemorragia; presença de esteatose (micro e macrovesicular) e necrose no fígado; degeneração de fibras cardíacas; necrose tubular aguda dos túbulos contorcidos proximais renais; destruição dos centros germinativos e atrofia de folículos linfóides do baço; espessamento dos septos alveolares e hipertrofia de macrófagos alveolares nos pulmões dos quatro pacientes e também a formação de membrana hialina nos casos 1 e 2. Detectamos antígenos virais em todos os órgãos e também um aumento de infiltrado inflamatório mononuclear, com aumento da população de macrófagos ativados e linfócitos B no rim; predomínio somente de linfócitos B no coração; aumento do número de macrófagos ativados e linfócitos T CD4+ no fígado e pulmão, e de linfócitos T CD8+ no pulmão. No baço, observamos uma diminuição das populações de linfócitos T CD4+, T CD8+ e B. A quantificação de células expressando citocinas mostrou: aumento da expressão de RANTES em todos os órgãos; um equilíbrio entre a produção das citocinas pró-inflamatórias (TNF-α e IFN-γ) e anti-inflamatórias (IL-10 e TGF-β) no fígado, rim e pulmão; aumento das citocinas pró-inflamatórias e diminuição das anti-inflamatórias no baço e o perfil oposto no tecido cardíaco, com predomínio da detecção de TGF-β. Além disso, avaliamos o efeito da infecção com DENV-2 em camundongos BALB/c inoculados pelas vias intraperitoneal (i.p.) e intravenosa (i.v.). A análise histopatológica do fígado e baço destes animais revelou alterações semelhantes às observadas nos casos de dengue (áreas de edema e hemorragia, esteatose, necrose e tumefação no fígado, e desorganização da arquitetura dos folículos no baço). De um modo geral, a inoculação pela via i.p. induziu danos em áreas focais, enquanto a via i.v. provocou lesões mais difusas em ambos os tecidos. Entretanto, essas diferenças entre as vias de inoculação não se refletiram em diferenças nas subpopulações de linfócitos. Verificamos que, em ambos os casos, as alterações das subpopulações linfocitárias ocorreram já no segundo dia de infecção. A quantificação dessas subpopulações revelou uma diminuição de linfócitos B totais e um aumento de linfócitos T CD4+ totais no fígado dos camundongos infectados, enquanto que no sangue, observamos um comportamento inverso dessas subpopulações. Já no baço, verificamos uma diminuição da subpopulação de linfócitos T CD8+ totais e um aumento de linfócitos T CD8+ ativados nos animais com 2 dias de infecção. De um modo geral, tais resultados poderão contribuir para um melhor entendimento da doença e para a validação do modelo experimental murino em novas abordagens vacinais ou terapêuticas. |