Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Lisboa, Marcia Rodrigues |
Orientador(a): |
Lerner, Katia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59700
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Resumo: |
A tese tem como objetivo investigar as formas de apropriação por adolescentes de produtos jornalísticos sobre temas relacionados ao cuidado de si e aos riscos à saúde. O foco da pesquisa são reflexões feitas por adolescentes na interlocução em grupo. Referencia-se em considerações acerca da centralidade adquirida pela noção de risco na atualidade, particularmente em elaborações críticas à perspectiva epidemiológica dominante de risco, que associa a adolescência a uma etapa de vulnerabilidade; e em análises sobre a mediação jornalística no processo de produção e circulação de sentidos do risco. O trabalho é fundamentado em uma pesquisa empírica qualitativa com três grupos de adolescentes, na faixa etária de 14 a 16 anos, moradores do complexo de favelas da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. A investigação foi desenvolvida em três frentes: na identificação dos produtos jornalísticos, nos variados suportes, aos quais os adolescentes têm acesso; na observação das comunidades discursivas dos sujeitos da pesquisa sobre cuidado de si e risco à saúde e dos sentidos atribuídos pelos participantes a esses temas; e nas análises feitas pelos adolescentes de notícias e reportagens publicadas em diferentes veículos de comunicação sobre assuntos relacionados à temática. A partir das atividades realizadas, foi possível observar: a existência de múltiplos interlocutores no cotidiano dos participantes da pesquisa que atuam na disputa de sentidos sobre o risco, entre os quais a família, os profissionais de saúde, os professores e os meios de comunicação; o acesso, direto ou indireto, a veículos jornalísticos, em diferentes suportes, no cotidiano dos adolescentes; a saturação no que se refere a informações e alertas voltados à prevenção da gravidez e de doenças como a Aids, a dengue e a gripe A; a introjeção de valores que reforçam a necessidade permanente de cuidar de si e antecipar-se aos riscos; e também a crítica a esses discursos. As reflexões suscitadas nos grupos apontam para a ambivalência discursiva sobre o risco, como constructo científico e na forma da cultura de referência dos adolescentes, percebidos como sujeitos políticos em um campo de negociação de sentidos, no qual o jornalismo tem presença ativa. |