Lendo e escrevendo o amanhã: ideologias de “futuro” nas políticas educacionais da SEM/RJ dirigidas aos “territórios conflagados”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Jaqueline Marques Tavares de
Orientador(a): Martins, Carla Macedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: EPSJV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/8727
Resumo: Esta dissertação de Mestrado tem por objetivo analisar o discurso produzido sobre o programa intitulado “Escolas do Amanhã”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ), desde o ano de 2009. O programa se propõe garantir o “futuro” para crianças e jovens dos territórios ditos “conflagrados”, isto é, espaços urbanos violentos, por meio da educação. As políticas educacionais se associam, neste programa, com as ações de segurança, saúde e assistência, demonstrando o caráter focalizado dessas políticas, direcionadas aos locais “pobres e violentos”. Nossa análise visa identificar os processos ideológicos presentes na elaboração e efetivação dessas políticas educacionais, a partir da configuração atual da sociedade capitalista, buscando, assim, compreender suas contradições. Como processos ideológicos que condicionam as políticas educacionais contemporâneas, consideramos a “educação compensatória”, a “medicalização da educação”, a “patologização da pobreza e da língua” e os “territórios conflagrados”. Para analisar o programa em foco, foram considerados documentos oficiais, entrevistas e reportagens. A partir da análise, concluímos que a noção de “futuro” nas políticas educacionais do capital busca legitimar as relações sociais vigentes, reproduzindo os processos ideológicos mencionados. Desse modo, apontamos, por fim, que a educação para um “futuro” de fato para estas crianças e jovens, só existe se for direcionada para além da lógica da sociabilidade capitalista.