Reações à Jurisdição: uma análise das respostas parlamentares à competência criminal originária do Supremo Tribunal Federal.
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| Publication Date: | 2025 |
| Format: | Master thesis |
| Language: | por |
| Source: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
| Download full: | https://dspace.sti.ufcg.edu.br/handle/riufcg/43989 |
Summary: | Parlamentares federais que respondem a procedimentos criminais no Supremo Tribunal Federal (STF) atuam visando conter o Tribunal? Sob a perspectiva da interação entre poderes e da abordagem estratégica do comportamento judicial, o desempenho das Cortes Constitucionais depende do desenho constitucional, de fatores contextuais e do empenho desses tribunais em atuar de maneira sofisticada para garantir sua própria autoridade e independência. Essa atuação ocorre em um contexto de interações com os principais atores políticos do sistema, em que o comportamento estratégico dos tribunais exige que os magistrados antecipem possíveis reações dos atores eleitos. Dessa forma, compreender as reações potenciais dos atores políticos e os fatores que podem ativá-las contribui para o entendimento da própria dinâmica do comportamento judicial. No Brasil, além da competência para a revisão judicial de leis, o STF também detém competência criminal originária por prerrogativa de função, que lhe permite exercer controle criminal sobre agentes políticos de destaque, como senadores e deputados. Ocorre que esses mesmos atores são os que detêm maior poder de controlar o próprio STF por meio de medidas de contenção judicial. Nesse sentido, em um esforço descritivo, esta pesquisa realiza um levantamento das alternativas de reação parlamentar ao STF, destacando pedidos de impeachment de ministros, requerimentos de criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) voltados a investigar o Tribunal e propostas de emenda constitucional (PECs) destinadas a restringir sua atuação. Ademais, por meio de abordagem quantitativa, buscou-se identificar possíveis fatores, em nível individual, que interferem no cálculo estratégico de reação dos parlamentares contra o STF, tomando como referência o período da 56ª Legislatura. Foram testadas hipóteses relacionadas à existência de processo criminal (inquérito ou ação penal) contra parlamentares em tramitação no STF, ao pertencimento à casa legislativa (Câmara ou Senado) e à filiação partidária. Os resultados foram mistos quanto aos efeitos dessas variáveis. Verificou-se, a partir de estatística descritiva e inferencial (regressões logísticas), que parlamentares que respondem a processos criminais no STF têm maiores chances de propor PECs do que aqueles que não respondem; que senadores são mais propensos a assinarem pedidos de CPI e PECs do que deputados; e que, de modo geral, parlamentares filiados ao PL (partido do Presidente Bolsonaro) foram mais engajados na proposição de medidas de contenção do que os que parlamentares filiados a outros partidos. Em conjunto, esses dados revelam padrões de comportamento de contenção (court-curbing behavior) que evidenciam uma opção, em geral, mais voltada para iniciativas abrangentes de retaliação, como as PECs. |
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Reações à Jurisdição: uma análise das respostas parlamentares à competência criminal originária do Supremo Tribunal Federal.Reactions to Jurisdiction: an analysis of parliamentary responses to the original criminal jurisdiction of the Supreme Federal Court.Independência JudicialCourt-Curbing BehaviorContenção JudicialComportamento JudicialJudicial IndependenceJudicial BehaviorCourt-Curbing BehaviorCourt-CurbingCiência PolíticaParlamentares federais que respondem a procedimentos criminais no Supremo Tribunal Federal (STF) atuam visando conter o Tribunal? Sob a perspectiva da interação entre poderes e da abordagem estratégica do comportamento judicial, o desempenho das Cortes Constitucionais depende do desenho constitucional, de fatores contextuais e do empenho desses tribunais em atuar de maneira sofisticada para garantir sua própria autoridade e independência. Essa atuação ocorre em um contexto de interações com os principais atores políticos do sistema, em que o comportamento estratégico dos tribunais exige que os magistrados antecipem possíveis reações dos atores eleitos. Dessa forma, compreender as reações potenciais dos atores políticos e os fatores que podem ativá-las contribui para o entendimento da própria dinâmica do comportamento judicial. No Brasil, além da competência para a revisão judicial de leis, o STF também detém competência criminal originária por prerrogativa de função, que lhe permite exercer controle criminal sobre agentes políticos de destaque, como senadores e deputados. Ocorre que esses mesmos atores são os que detêm maior poder de controlar o próprio STF por meio de medidas de contenção judicial. Nesse sentido, em um esforço descritivo, esta pesquisa realiza um levantamento das alternativas de reação parlamentar ao STF, destacando pedidos de impeachment de ministros, requerimentos de criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) voltados a investigar o Tribunal e propostas de emenda constitucional (PECs) destinadas a restringir sua atuação. Ademais, por meio de abordagem quantitativa, buscou-se identificar possíveis fatores, em nível individual, que interferem no cálculo estratégico de reação dos parlamentares contra o STF, tomando como referência o período da 56ª Legislatura. Foram testadas hipóteses relacionadas à existência de processo criminal (inquérito ou ação penal) contra parlamentares em tramitação no STF, ao pertencimento à casa legislativa (Câmara ou Senado) e à filiação partidária. Os resultados foram mistos quanto aos efeitos dessas variáveis. Verificou-se, a partir de estatística descritiva e inferencial (regressões logísticas), que parlamentares que respondem a processos criminais no STF têm maiores chances de propor PECs do que aqueles que não respondem; que senadores são mais propensos a assinarem pedidos de CPI e PECs do que deputados; e que, de modo geral, parlamentares filiados ao PL (partido do Presidente Bolsonaro) foram mais engajados na proposição de medidas de contenção do que os que parlamentares filiados a outros partidos. Em conjunto, esses dados revelam padrões de comportamento de contenção (court-curbing behavior) que evidenciam uma opção, em geral, mais voltada para iniciativas abrangentes de retaliação, como as PECs.Do federal lawmakers who face criminal proceedings in the Supreme Federal Court (STF) act to contain the Court? From the perspective of the interaction between powers and the strategic approach to judicial behavior, the performance of constitutional courts depends on constitutional design, contextual factors, and the courts’ own commitment to act in a sophisticated manner to ensure their authority and independence. This performance takes place in a context of interactions with the main political actors of the system, where the strategic behavior of courts requires judges to anticipate possible reactions from elected officials. Thus, understanding the potential responses of political actors and the factors that can trigger them contributes to understanding the dynamics of judicial behavior. In Brazil, in addition to its competence for judicial review of legislation, the STF also has original criminal jurisdiction by virtue of prerogative of function, which allows it to exercise criminal control over prominent political agents, such as senators and federal deputies. However, these same actors are the ones with the greatest power to constrain the STF through court-curbing measures. In this context, this study surveys the alternatives available for parliamentary reactions against the STF, highlighting impeachment requests against justices, motions for the creation of Parliamentary Inquiry Committees (CPIs) to investigate the Court, and proposals for constitutional amendments (PECs) intended to restrict its powers. Furthermore, adopting a quantitative approach, it seeks to identify individual-level factors that may influence the strategic calculation of parliamentarians’ reactions against the STF, focusing on the 56th Legislature. Hypotheses related to the existence of criminal proceedings (investigations or criminal actions) pending against parliamentarians in the STF, their membership in the legislative house (Chamber of Deputies or Senate), and their party affiliation were tested. The results were mixed concerning the effects of these variables. Descriptive and inferential statistics (logistic regressions) indicate that parliamentarians facing criminal proceedings in the STF are more likely to propose constitutional amendments (PECs) than those who are not; that senators are more likely than deputies to sign requests for CPIs and PECs; and, in general, parliamentarians affiliated with the PL (the party of President Bolsonaro) were more engaged in proposing containment measures than those affiliated with other parties. Taken together, these data reveal patterns of court-curbing behavior that reflect a general preference for broader retaliatory initiatives, such as PECsUniversidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICAUFCGBARBOSA, Leon Victor de Queiroz.QUEIROZ, Leon Victor dehttp://lattes.cnpq.br/4629969138485769MELO, Clóvis Alberto Vieira de.SOARES, Maria do Carmo.GALVÃO, Caio Feitosa Ramalho.2025-08-292025-10-30T13:35:19Z2025-10-302025-10-30T13:35:19Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttps://dspace.sti.ufcg.edu.br/handle/riufcg/43989GALVÃO, Caio Feitosa Ramalho. Reações à Jurisdição: uma análise das respostas parlamentares à competência criminal originária do Supremo Tribunal Federal. 2025. 89 f. 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