Acompanhar um paciente hospitalizado: fome de cuidar e de ser cuidado
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Publication Date: | 2003 |
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Summary: | O processo saúde/doença é inerente à vida, sendo que salute, palavra de origem latina, que significa salvação, conservação da vida, vem assumindo significados muito diferentes, pois a concepção de saúde não pode ser compreendida de maneira isolada. A busca pelo “[...] completo bem estar físico, mental e social [...]”, que segundo a OMS, é, desde 1948, o atual conceito de saúde (BRASIL, SEF/MEC, 1998), é um tanto quanto utópico, isso, pelas próprias características dinâmicas e complexas que compõem o ser humano. Toda essa nova concepção que norteia a atuação em saúde vem sendo, principalmente na última década, incorporada natural e legislativamente à concepção de que saúde é um direito de todos e dever do Estado. Um passo importante foi dado ao se promulgar a Constituição de 1988, que legitima o direito de todos, sem qualquer discriminação às ações de saúde, assim como explicita o dever público em prover o pleno gozo desse direito (BRASIL, SEF/MEC, 1998). Sendo assim, o processo de adoecimento do ser humano é visto, ou pelo menos deve ser visto, como parte de um contexto amplo, multideterminado, em que uma visão holística se faz necessária para a compreensão do sujeito como um todo. E é por conta destas novas concepções que o mundo se reposiciona sobre um novo conceito, o de promoção da saúde e um resgate do cuidado humano. O cuidado fisioterapêutico, nessa perspectiva de humanização dos atendimentos em saúde e de promoção do bem-estar, vem, a cada dia, ocupando maiores espaços e conquistando maior relevância e reconhecimento social. Nesse contexto, situa-se a função que desempenha o fisioterapeuta na integridade da prática do cuidar, por exemplo, junto ao acompanhante do paciente hospitalizado – componente fundamental da cotidianidade hospitalar, um componente que cuida, e também deve ser cuidado. Atualmente está se percebendo que não adianta tratar apenas o doente, mas também de quem cuida dele. A publicação de vários estudos científicos vem mostrando segundo Zaché (2002, p. 54) que muitos dos cuidadores vem adoecendo. A sobrecarga e os difíceis momentos emocionais culminam com a vitimização desses cuidadores, normalmente familiares, diante de um grande estresse. Tal estresse compromete as defesas do organismo, tornando-o vulnerável às enfermidades. Zaché (2002, p. 54), citando o estudo de Taub (2002), vem comprovar essa situação, percebendo que os cuidadores adoecem porque não tem informações sobre a doença e ficam estressados sem saber como agir com o paciente. O adoecimento de um membro da família ou de um amigo próximo proporciona um impacto muito grande e inesperado. Existe uma preocupação acerca dos riscos da enfermidade, contas médicas e hospitalares, custos com serviços de diagnósticos e terapêuticos, a preocupação com o tempo de internação, sendo que a própria hospitalização, muitas vezes, é um processo difícil e doloroso, tanto para o paciente, quanto para os mais próximos. Situação que faz o paciente e as pessoas que o acompanha, conviverem em um ambiente tenso, frio e muitas vezes, impessoal, caracterizando isso cognitivamente como uma ameaça à sua integridade bio-psico-social. Isso porque, o homem por natureza é um ser social, detestando isolamento, a doença, e a própria hospitalização interfere diretamente nessa característica. Seu ritmo de vida nesse momento é acompanhado por um clima de medos e expectativas, e isso significa que todos os mecanismos de defesa, habitualmente utilizados, recebem também a repercussão dessa mudança afetiva, emocional, física e social. Quando a pessoa está internada, sua internação tem muitos significados para ela e para sua família. Enquanto estava em sua casa, sua assistência e as responsabilidades pela mesma eram provavelmente assumidas pelos outros membros da família. Depois de ser hospitalizada, as responsabilidades por sua assistência é transferida para o pessoal do hospital (DU GAS, 1986). Ainda, segundo a autora, essa transferência de responsabilidades produz sensações mistas de alívio e culpa, por parte do familiar – alívio porque as pessoas treinadas proporcionam assistência profissional, e culpa, talvez, porque os membros da família sentem que o paciente estaria mais feliz em casa, ou por haverem transferido as responsabilidades que deveriam aceitar, como familiares. O contexto hospitalar, o linguajar técnico, o sentimento de culpa, o medo, a própria relação com os profissionais de saúde fazem com que os acompanhantes percam a autoconfiança no cuidado com o próximo, ocasionando uma sensação de impotência. No entanto, mesmo quando o acompanhante assume o papel de cuidador, devemos analisar que este, sabendo que o cuidado pode acarretar crescimento para o ser cuidado, é freqüente vivenciar o estresse. Segundo Waldow (2001), é isto o que acontece, e o estresse, dependendo da situação, envolvimento e responsabilidade, pode ser maior ou menor. Ainda, segundo a autora, as condições ambientais, se não forem favoráveis – o que geralmente ocorre – causam insatisfação, podendo levar o cuidador a um estado de vulnerabilidade maior. Percebe-se com clareza que o fisioterapeuta pode desempenhar importantes funções dentro desse contexto. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo principal identificar, na opinião de fisioterapeutas, qual seria a sua contribuição no sentido de cuidar do acompanhante do paciente hospitalizado, com vista a saciar a sua “fome” de cuidado, e ensiná-lo a saciar sua "fome" de cuidar. |
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E é por conta destas novas concepções que o mundo se reposiciona sobre um novo conceito, o de promoção da saúde e um resgate do cuidado humano. O cuidado fisioterapêutico, nessa perspectiva de humanização dos atendimentos em saúde e de promoção do bem-estar, vem, a cada dia, ocupando maiores espaços e conquistando maior relevância e reconhecimento social. Nesse contexto, situa-se a função que desempenha o fisioterapeuta na integridade da prática do cuidar, por exemplo, junto ao acompanhante do paciente hospitalizado – componente fundamental da cotidianidade hospitalar, um componente que cuida, e também deve ser cuidado. Atualmente está se percebendo que não adianta tratar apenas o doente, mas também de quem cuida dele. A publicação de vários estudos científicos vem mostrando segundo Zaché (2002, p. 54) que muitos dos cuidadores vem adoecendo. A sobrecarga e os difíceis momentos emocionais culminam com a vitimização desses cuidadores, normalmente familiares, diante de um grande estresse. Tal estresse compromete as defesas do organismo, tornando-o vulnerável às enfermidades. Zaché (2002, p. 54), citando o estudo de Taub (2002), vem comprovar essa situação, percebendo que os cuidadores adoecem porque não tem informações sobre a doença e ficam estressados sem saber como agir com o paciente. O adoecimento de um membro da família ou de um amigo próximo proporciona um impacto muito grande e inesperado. Existe uma preocupação acerca dos riscos da enfermidade, contas médicas e hospitalares, custos com serviços de diagnósticos e terapêuticos, a preocupação com o tempo de internação, sendo que a própria hospitalização, muitas vezes, é um processo difícil e doloroso, tanto para o paciente, quanto para os mais próximos. 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Ainda, segundo a autora, essa transferência de responsabilidades produz sensações mistas de alívio e culpa, por parte do familiar – alívio porque as pessoas treinadas proporcionam assistência profissional, e culpa, talvez, porque os membros da família sentem que o paciente estaria mais feliz em casa, ou por haverem transferido as responsabilidades que deveriam aceitar, como familiares. O contexto hospitalar, o linguajar técnico, o sentimento de culpa, o medo, a própria relação com os profissionais de saúde fazem com que os acompanhantes percam a autoconfiança no cuidado com o próximo, ocasionando uma sensação de impotência. No entanto, mesmo quando o acompanhante assume o papel de cuidador, devemos analisar que este, sabendo que o cuidado pode acarretar crescimento para o ser cuidado, é freqüente vivenciar o estresse. Segundo Waldow (2001), é isto o que acontece, e o estresse, dependendo da situação, envolvimento e responsabilidade, pode ser maior ou menor. 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Sendo assim, o processo de adoecimento do ser humano é visto, ou pelo menos deve ser visto, como parte de um contexto amplo, multideterminado, em que uma visão holística se faz necessária para a compreensão do sujeito como um todo. E é por conta destas novas concepções que o mundo se reposiciona sobre um novo conceito, o de promoção da saúde e um resgate do cuidado humano. O cuidado fisioterapêutico, nessa perspectiva de humanização dos atendimentos em saúde e de promoção do bem-estar, vem, a cada dia, ocupando maiores espaços e conquistando maior relevância e reconhecimento social. Nesse contexto, situa-se a função que desempenha o fisioterapeuta na integridade da prática do cuidar, por exemplo, junto ao acompanhante do paciente hospitalizado – componente fundamental da cotidianidade hospitalar, um componente que cuida, e também deve ser cuidado. Atualmente está se percebendo que não adianta tratar apenas o doente, mas também de quem cuida dele. A publicação de vários estudos científicos vem mostrando segundo Zaché (2002, p. 54) que muitos dos cuidadores vem adoecendo. A sobrecarga e os difíceis momentos emocionais culminam com a vitimização desses cuidadores, normalmente familiares, diante de um grande estresse. Tal estresse compromete as defesas do organismo, tornando-o vulnerável às enfermidades. Zaché (2002, p. 54), citando o estudo de Taub (2002), vem comprovar essa situação, percebendo que os cuidadores adoecem porque não tem informações sobre a doença e ficam estressados sem saber como agir com o paciente. O adoecimento de um membro da família ou de um amigo próximo proporciona um impacto muito grande e inesperado. 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