Uma interpretação do filme Inception: entre os sonhos e a antiga arte da memória
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Publication Date: | 2019 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.26/30846 |
Summary: | Neste artigo, após uma introdução geral em que fazemos um resumo do enredo do filme Inception, realizado pelo cineasta anglo-americano Christopher Nolan, que explora as relações entre sonho e memória partindo de uma premissa inovadora (um conceito pseudo-científico) – a possibilidade de várias pessoas compartilharem um (o mesmo) espaço de sonhos –, prosseguimos mencionando sucintamente algumas teorias científicas sobre as relações entre o sonho e a memória, dando ênfase às mais directamente relacionadas com o argumento do filme, mormente as investigações fisiológicas sobre o sono do neurobiologista françês Michel Jouvet, e as pesquisas de Stephen LaBerge, um eminente investigador da Universidade de Stanford (EUA), autor da teoria do sonho lúcido, segundo a qual é possível as pessoas terem consciência de estar a sonhar enquanto dormem. Na parte final, abordamos um aspecto que nos parece relevante na narrativa; e, contudo, parece ter passado completamente despercebido nos textos críticos: também, não conhecemos qualquer declaração de Nolan a esse respeito. A saber, existem na construção do enredo alguns pontos de contacto com a antiga arte da memória (ars memoriae), que atravessou a antiguidade clássica como parte da retórica, e cuja invenção é atribuída ao poeta lírico grego Simónides de Céos, na era pré-socrática, cerca de 477 a. C. Fazemos uma resenha da sua origem, desenvolvimentos e transformações posteriores, bem como uma descrição dos seus princípios gerais e regras, contidos principalmente em três fontes latinas de retóricos romanos, e procedemos em seguida a uma análise comparada de planos escolhidos do filme, que consideramos mais significativos, os quais são “pistas” que permitem fundamentar a nossa hipótese. |
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Uma interpretação do filme Inception: entre os sonhos e a antiga arte da memóriasonho, sono, sonhos lúcidos, memória, ars memoriaedream, sleep, lucid dreams, memory, ars memoriaeNeste artigo, após uma introdução geral em que fazemos um resumo do enredo do filme Inception, realizado pelo cineasta anglo-americano Christopher Nolan, que explora as relações entre sonho e memória partindo de uma premissa inovadora (um conceito pseudo-científico) – a possibilidade de várias pessoas compartilharem um (o mesmo) espaço de sonhos –, prosseguimos mencionando sucintamente algumas teorias científicas sobre as relações entre o sonho e a memória, dando ênfase às mais directamente relacionadas com o argumento do filme, mormente as investigações fisiológicas sobre o sono do neurobiologista françês Michel Jouvet, e as pesquisas de Stephen LaBerge, um eminente investigador da Universidade de Stanford (EUA), autor da teoria do sonho lúcido, segundo a qual é possível as pessoas terem consciência de estar a sonhar enquanto dormem. Na parte final, abordamos um aspecto que nos parece relevante na narrativa; e, contudo, parece ter passado completamente despercebido nos textos críticos: também, não conhecemos qualquer declaração de Nolan a esse respeito. A saber, existem na construção do enredo alguns pontos de contacto com a antiga arte da memória (ars memoriae), que atravessou a antiguidade clássica como parte da retórica, e cuja invenção é atribuída ao poeta lírico grego Simónides de Céos, na era pré-socrática, cerca de 477 a. C. Fazemos uma resenha da sua origem, desenvolvimentos e transformações posteriores, bem como uma descrição dos seus princípios gerais e regras, contidos principalmente em três fontes latinas de retóricos romanos, e procedemos em seguida a uma análise comparada de planos escolhidos do filme, que consideramos mais significativos, os quais são “pistas” que permitem fundamentar a nossa hipótese.Editora LabCom.IFP (Universidade da Beira, Portugal)Repositório ComumTrindade, Carlos Alberto2020-01-10T16:09:18Z2019-10-312019-10-31T00:00:00Zbook partinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/30846por978-989-654-581-9 (papel)978-989-654-582-6 (epub)10.25768/fal.books.2019.01info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-04-04T10:30:15Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/30846Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T06:14:16.518094Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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