Suplementação de Cálcio e Vitamina D no tratamento de fraturas da anca: Avaliação de prescrição e resultados clínicos e analíticos numa coorte prospetiva
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Publication Date: | 2024 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.6/14692 |
Summary: | Introdução: As fraturas osteoporóticas apresentam uma tendência crescente a nível mundial, são causadas pelo envelhecimento e pelas mudanças no estilo de vida e, carregam consigo um grande fardo social e económico. Tanto a prevenção como o tratamento envolvem uma combinação de medidas farmacológicas e não farmacológicas, tais como a mudança de estilo de vida e a minimização do risco de queda em idosos. As medidas farmacológicas só se mostraram úteis se associadas à ingestão de cálcio e vitamina D sob a forma de suplementos. Em ambiente clínico, verificamos que muitos pacientes não desejam tomar suplementos devido a sintomas adversos gastrointestinais. Isso levanta as perguntas: será que precisamos de suplementação? A suplementação é necessária para um tratamento bem-sucedido? Objetivo: Comparar as suplementações dos pacientes seguidos em consulta de Ligação de fraturas da anca na Unidade de Saúde Local da Guarda (ULSG) com os resultados clínicos e analíticos. Material e Métodos: Realizou-se um estudo de coorte prospetivo em doentes seguidos em consulta externa de reumatologia na ULSG após fratura da anca, entre outubro de 2019 a outubro de 2023. Colhemos os dados sociodemográficos, densitométricos, clínicos e farmacológicos que, posteriormente, foram registados no início do estudo e após dois anos. Estabelecemos vários grupos: grupo 1 com suplementação de cálcio e/ou vitamina D e o grupo 2 sem suplementação. Realizamos análise descritiva e comparativa utilizando os testes T de student, Mann-Whitney e Qui-Quadrado, conforme apropriado. Um valor de p <0,05 foi considerado significativo. Resultados: Dos 147 doentes encaminhados para a consulta, 127 compareceram a, pelo menos, uma consulta. Entre eles 83,5% eram do sexo feminino e a média de idades foi de 80,17 ±n9,1 anos. Verificou-se que 73,3% dos pacientes tinham prescrição de cálcio e/ou vitamina D, enquanto 26,8% não tomava suplementos. Comparamos os resultados de ambos os grupos e não encontramos diferenças significativas nos resultados analíticos ou funcionais sem suplementação de cálcio e vitamina D. Conclusão: O nosso estudo sugere que a suplementação de cálcio e vitamina D não teve impacto significativo a nível funcional ou analítico. No entanto, destacamos que não registámos a ingestão alimentar, o que também pode influenciar os resultados. Além disso, não foram examinadas as taxas de refratura, que poderiam ter sido influenciadas pela suplementação de cálcio e vitaminas. Deste modo, embora os nossos resultados apontem que a suplementação de cálcio e vitamina D possa ser prescindível é necessária mais investigação sobre este tópico. |
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Suplementação de Cálcio e Vitamina D no tratamento de fraturas da anca: Avaliação de prescrição e resultados clínicos e analíticos numa coorte prospetivaCalcifediolCálcioColecalciferolFraturaOsteoporoseReumatologiaSuplementaçãoVitamina DIntrodução: As fraturas osteoporóticas apresentam uma tendência crescente a nível mundial, são causadas pelo envelhecimento e pelas mudanças no estilo de vida e, carregam consigo um grande fardo social e económico. Tanto a prevenção como o tratamento envolvem uma combinação de medidas farmacológicas e não farmacológicas, tais como a mudança de estilo de vida e a minimização do risco de queda em idosos. As medidas farmacológicas só se mostraram úteis se associadas à ingestão de cálcio e vitamina D sob a forma de suplementos. Em ambiente clínico, verificamos que muitos pacientes não desejam tomar suplementos devido a sintomas adversos gastrointestinais. Isso levanta as perguntas: será que precisamos de suplementação? A suplementação é necessária para um tratamento bem-sucedido? Objetivo: Comparar as suplementações dos pacientes seguidos em consulta de Ligação de fraturas da anca na Unidade de Saúde Local da Guarda (ULSG) com os resultados clínicos e analíticos. Material e Métodos: Realizou-se um estudo de coorte prospetivo em doentes seguidos em consulta externa de reumatologia na ULSG após fratura da anca, entre outubro de 2019 a outubro de 2023. Colhemos os dados sociodemográficos, densitométricos, clínicos e farmacológicos que, posteriormente, foram registados no início do estudo e após dois anos. Estabelecemos vários grupos: grupo 1 com suplementação de cálcio e/ou vitamina D e o grupo 2 sem suplementação. Realizamos análise descritiva e comparativa utilizando os testes T de student, Mann-Whitney e Qui-Quadrado, conforme apropriado. Um valor de p <0,05 foi considerado significativo. Resultados: Dos 147 doentes encaminhados para a consulta, 127 compareceram a, pelo menos, uma consulta. Entre eles 83,5% eram do sexo feminino e a média de idades foi de 80,17 ±n9,1 anos. Verificou-se que 73,3% dos pacientes tinham prescrição de cálcio e/ou vitamina D, enquanto 26,8% não tomava suplementos. Comparamos os resultados de ambos os grupos e não encontramos diferenças significativas nos resultados analíticos ou funcionais sem suplementação de cálcio e vitamina D. Conclusão: O nosso estudo sugere que a suplementação de cálcio e vitamina D não teve impacto significativo a nível funcional ou analítico. No entanto, destacamos que não registámos a ingestão alimentar, o que também pode influenciar os resultados. Além disso, não foram examinadas as taxas de refratura, que poderiam ter sido influenciadas pela suplementação de cálcio e vitaminas. Deste modo, embora os nossos resultados apontem que a suplementação de cálcio e vitamina D possa ser prescindível é necessária mais investigação sobre este tópico.Background: Osteoporotic fractures are rising all around the world caused by aging and changes in lifestyle and carry a major social and economic burden with them. Both prevention and treatment involve a combination of pharmacological measures and nonpharmacological measures, such as changing lifestyle and minimizing the risk of falling in the elderly. Pharmacological measures only proved to be useful if associated with taking calcium and vitamin D in the form of supplements. In a clinical setting, we verified that many patients did not want to take supplements because of gastrointestinal adverse symptoms. So, do we need supplementation? Is the supplementation needed for a successful treatment? Objective: This study aimed to compare the effects of calcium and vitamin D supplements on analytical and functional outcomes in a prospective FLS cohort. Materials and Methods: Data was collected from October 2019 to October 2023 on consecutive patients who were enrolled in our FLS program following a hip fracture. We recorded various data including socio-demographic, clinical, densitometric, and pharmacologic details at baseline and after 12 months. Additionally, we recorded the Timed-up-and-go test, sit-to-stand test, and 10-meter Walk Test at baseline, 6 months, and 12 months. Patients were divided into two groups: group 1 received either calcium and or and vitamin D supplements, while group 2 did not receive any supplements. We used descriptive and comparative analysis, including means, T-tests, Mann-Whitney U, and Chi-Square tests as appropriate. A p-value <0.05 was considered significant. Results: Out of 147 referred patients, 126 attended at least one appointment. Among them, 84.1% were female, and the mean age was 77.27 ± 8.6 years. We found that 73.3% of patients had a prescription for calcium and/or vitamin D, while 26.8% did not take any supplements. We compared the outcomes of both groups and found no significant differences in analytical or functional results without calcium and vitamin D supplementation. Conclusion: Our findings suggest that calcium and vitamin D supplementation did not have a significant impact on functional or analytical responses in this study. However, it should be noted that we did not record dietary uptake, which could also influence results. Additionally, we did not examine refracture rates, which could have been influenced by calcium and vitamin supplementation. Therefore, while it appears that taking calcium and vitamin D tablets may not be necessary, further research is needed on this topic.Ferreira, Joana Catarina FonsecauBibliorumAmorim, Cláudia Videira2024-11-21T11:08:53Z2024-06-202024-03-272024-06-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/14692urn:tid:203715195porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-11T15:57:12Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/14692Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:30:12.612289Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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