40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19

Bibliographic Details
Main Author: Simões, Isabel Maria Henriques
Publication Date: 2022
Other Authors: Camarneiro, Ana Paula Forte
Format: Other
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs
Summary: Os últimos 40 anos testemunharam um progresso notável na prevenção e tratamento do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e Sida (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, as respostas globais à pandemia de COVID-19 expuseram e agravaram as desigualdades na saúde global, com graves implicações na saúde sexual e no bem estar das populações. Durante a fase pandémica, houve uma menor resposta dos serviços de saúde pública direcionados para a prevenção, diagnóstico e tratamento das Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), particularmente o VIH e Sida. Nesta fase, quando comparada com períodos anteriores, houve diminuição da testagem do VIH em pessoas sem sintomas, redução na prescrição médica de profilaxia pós-exposição ao VIH, bem como a descontinuação da terapêutica preventiva. A pandemia teve também impacto na cadeia de fornecimento de medicamentos e produtos essenciais à prevenção, incluindo antirretrovirais e outros medicamentos, causando dificuldades no acesso a testes de diagnóstico destas doenças. Esta situação é mais grave em pessoas mais vulneráveis. De facto, a pandemia pôs a descoberto desigualdades, já há muito conhecidas, evidenciando aspetos estruturais da transmissão do VIH que importa superar. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) tem revelado que as pessoas que vivem com VIH e Sida têm mais complicações resultantes da infeção com COVID-19, maior probabilidade de internamento hospitalar e mais risco de morrerem. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para o menor acesso das pessoas com VIH e Sida a vacinas contra a COVID-19. Segundo a mesma organização, mais de metade das pessoas infetadas como o VIH vivem em países com desenvolvimento económico precário, que são também os que têm menor taxa de vacinação contra a COVID-19. Em 2021, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty) COVID-19 para pessoas infetadas com VIH, com idades superiores a 16 anos. E nesta sequência, alguns países consideram, hoje, as pessoas com VIH e Sida como um grupo prioritário para a vacinação. Toda a literatura na área alerta para a necessidade de melhorar o planeamento em saúde pública, planeamento este que deve ser sustentado por estudos de populações consideradas minorias sexuais ou étnicas, que permitam compreender o comportamento sexual e garantir estratégias que combatam as desigualdades no acesso à saúde, de forma a promover o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, durante e após a resposta à COVID-19. A Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), tem alertado para que se não forem tomadas medidas que minimizem estas desigualdades no acesso a cuidados de saúde, o mundo continuará inapto para a resposta a futuras pandemias. Só estratégias mais inclusivas e mais capazes de enfrentar estes desafios podem acabar com a epidemia do VIH e Sida. A equipa do projeto "Infeções sexualmente transmissíveis e saúde pública", em desenvolvimento na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participa na implementação de estratégias de prevenção e de educação contribuindo para o lema da ONU-SIDA: fim às desigualdades, fim à Sida, fim às pandemia!
id RCAP_8558d7bd7b198bd04849c142fbbfc824
oai_identifier_str oai:repositorio.esenfc.pt:12219
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19VIHSidaDesigualdadesOs últimos 40 anos testemunharam um progresso notável na prevenção e tratamento do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e Sida (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, as respostas globais à pandemia de COVID-19 expuseram e agravaram as desigualdades na saúde global, com graves implicações na saúde sexual e no bem estar das populações. Durante a fase pandémica, houve uma menor resposta dos serviços de saúde pública direcionados para a prevenção, diagnóstico e tratamento das Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), particularmente o VIH e Sida. Nesta fase, quando comparada com períodos anteriores, houve diminuição da testagem do VIH em pessoas sem sintomas, redução na prescrição médica de profilaxia pós-exposição ao VIH, bem como a descontinuação da terapêutica preventiva. A pandemia teve também impacto na cadeia de fornecimento de medicamentos e produtos essenciais à prevenção, incluindo antirretrovirais e outros medicamentos, causando dificuldades no acesso a testes de diagnóstico destas doenças. Esta situação é mais grave em pessoas mais vulneráveis. De facto, a pandemia pôs a descoberto desigualdades, já há muito conhecidas, evidenciando aspetos estruturais da transmissão do VIH que importa superar. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) tem revelado que as pessoas que vivem com VIH e Sida têm mais complicações resultantes da infeção com COVID-19, maior probabilidade de internamento hospitalar e mais risco de morrerem. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para o menor acesso das pessoas com VIH e Sida a vacinas contra a COVID-19. Segundo a mesma organização, mais de metade das pessoas infetadas como o VIH vivem em países com desenvolvimento económico precário, que são também os que têm menor taxa de vacinação contra a COVID-19. Em 2021, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty) COVID-19 para pessoas infetadas com VIH, com idades superiores a 16 anos. E nesta sequência, alguns países consideram, hoje, as pessoas com VIH e Sida como um grupo prioritário para a vacinação. Toda a literatura na área alerta para a necessidade de melhorar o planeamento em saúde pública, planeamento este que deve ser sustentado por estudos de populações consideradas minorias sexuais ou étnicas, que permitam compreender o comportamento sexual e garantir estratégias que combatam as desigualdades no acesso à saúde, de forma a promover o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, durante e após a resposta à COVID-19. A Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), tem alertado para que se não forem tomadas medidas que minimizem estas desigualdades no acesso a cuidados de saúde, o mundo continuará inapto para a resposta a futuras pandemias. Só estratégias mais inclusivas e mais capazes de enfrentar estes desafios podem acabar com a epidemia do VIH e Sida. A equipa do projeto "Infeções sexualmente transmissíveis e saúde pública", em desenvolvimento na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participa na implementação de estratégias de prevenção e de educação contribuindo para o lema da ONU-SIDA: fim às desigualdades, fim à Sida, fim às pandemia!2022-02-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttp://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvsporhttp://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvsSimões, Isabel Maria HenriquesCamarneiro, Ana Paula Forteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2022-09-05T00:00:00Zoai:repositorio.esenfc.pt:12219Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T19:11:14.764156Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
title 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
spellingShingle 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
Simões, Isabel Maria Henriques
VIH
Sida
Desigualdades
title_short 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
title_full 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
title_fullStr 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
title_full_unstemmed 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
title_sort 40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
author Simões, Isabel Maria Henriques
author_facet Simões, Isabel Maria Henriques
Camarneiro, Ana Paula Forte
author_role author
author2 Camarneiro, Ana Paula Forte
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Simões, Isabel Maria Henriques
Camarneiro, Ana Paula Forte
dc.subject.por.fl_str_mv VIH
Sida
Desigualdades
topic VIH
Sida
Desigualdades
description Os últimos 40 anos testemunharam um progresso notável na prevenção e tratamento do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e Sida (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, as respostas globais à pandemia de COVID-19 expuseram e agravaram as desigualdades na saúde global, com graves implicações na saúde sexual e no bem estar das populações. Durante a fase pandémica, houve uma menor resposta dos serviços de saúde pública direcionados para a prevenção, diagnóstico e tratamento das Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), particularmente o VIH e Sida. Nesta fase, quando comparada com períodos anteriores, houve diminuição da testagem do VIH em pessoas sem sintomas, redução na prescrição médica de profilaxia pós-exposição ao VIH, bem como a descontinuação da terapêutica preventiva. A pandemia teve também impacto na cadeia de fornecimento de medicamentos e produtos essenciais à prevenção, incluindo antirretrovirais e outros medicamentos, causando dificuldades no acesso a testes de diagnóstico destas doenças. Esta situação é mais grave em pessoas mais vulneráveis. De facto, a pandemia pôs a descoberto desigualdades, já há muito conhecidas, evidenciando aspetos estruturais da transmissão do VIH que importa superar. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) tem revelado que as pessoas que vivem com VIH e Sida têm mais complicações resultantes da infeção com COVID-19, maior probabilidade de internamento hospitalar e mais risco de morrerem. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para o menor acesso das pessoas com VIH e Sida a vacinas contra a COVID-19. Segundo a mesma organização, mais de metade das pessoas infetadas como o VIH vivem em países com desenvolvimento económico precário, que são também os que têm menor taxa de vacinação contra a COVID-19. Em 2021, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty) COVID-19 para pessoas infetadas com VIH, com idades superiores a 16 anos. E nesta sequência, alguns países consideram, hoje, as pessoas com VIH e Sida como um grupo prioritário para a vacinação. Toda a literatura na área alerta para a necessidade de melhorar o planeamento em saúde pública, planeamento este que deve ser sustentado por estudos de populações consideradas minorias sexuais ou étnicas, que permitam compreender o comportamento sexual e garantir estratégias que combatam as desigualdades no acesso à saúde, de forma a promover o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, durante e após a resposta à COVID-19. A Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), tem alertado para que se não forem tomadas medidas que minimizem estas desigualdades no acesso a cuidados de saúde, o mundo continuará inapto para a resposta a futuras pandemias. Só estratégias mais inclusivas e mais capazes de enfrentar estes desafios podem acabar com a epidemia do VIH e Sida. A equipa do projeto "Infeções sexualmente transmissíveis e saúde pública", em desenvolvimento na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participa na implementação de estratégias de prevenção e de educação contribuindo para o lema da ONU-SIDA: fim às desigualdades, fim à Sida, fim às pandemia!
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-02-04
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/other
format other
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs
url http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833597928219869184