40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2022 |
Other Authors: | |
Format: | Other |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs |
Summary: | Os últimos 40 anos testemunharam um progresso notável na prevenção e tratamento do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e Sida (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, as respostas globais à pandemia de COVID-19 expuseram e agravaram as desigualdades na saúde global, com graves implicações na saúde sexual e no bem estar das populações. Durante a fase pandémica, houve uma menor resposta dos serviços de saúde pública direcionados para a prevenção, diagnóstico e tratamento das Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), particularmente o VIH e Sida. Nesta fase, quando comparada com períodos anteriores, houve diminuição da testagem do VIH em pessoas sem sintomas, redução na prescrição médica de profilaxia pós-exposição ao VIH, bem como a descontinuação da terapêutica preventiva. A pandemia teve também impacto na cadeia de fornecimento de medicamentos e produtos essenciais à prevenção, incluindo antirretrovirais e outros medicamentos, causando dificuldades no acesso a testes de diagnóstico destas doenças. Esta situação é mais grave em pessoas mais vulneráveis. De facto, a pandemia pôs a descoberto desigualdades, já há muito conhecidas, evidenciando aspetos estruturais da transmissão do VIH que importa superar. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) tem revelado que as pessoas que vivem com VIH e Sida têm mais complicações resultantes da infeção com COVID-19, maior probabilidade de internamento hospitalar e mais risco de morrerem. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para o menor acesso das pessoas com VIH e Sida a vacinas contra a COVID-19. Segundo a mesma organização, mais de metade das pessoas infetadas como o VIH vivem em países com desenvolvimento económico precário, que são também os que têm menor taxa de vacinação contra a COVID-19. Em 2021, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty) COVID-19 para pessoas infetadas com VIH, com idades superiores a 16 anos. E nesta sequência, alguns países consideram, hoje, as pessoas com VIH e Sida como um grupo prioritário para a vacinação. Toda a literatura na área alerta para a necessidade de melhorar o planeamento em saúde pública, planeamento este que deve ser sustentado por estudos de populações consideradas minorias sexuais ou étnicas, que permitam compreender o comportamento sexual e garantir estratégias que combatam as desigualdades no acesso à saúde, de forma a promover o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, durante e após a resposta à COVID-19. A Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), tem alertado para que se não forem tomadas medidas que minimizem estas desigualdades no acesso a cuidados de saúde, o mundo continuará inapto para a resposta a futuras pandemias. Só estratégias mais inclusivas e mais capazes de enfrentar estes desafios podem acabar com a epidemia do VIH e Sida. A equipa do projeto "Infeções sexualmente transmissíveis e saúde pública", em desenvolvimento na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participa na implementação de estratégias de prevenção e de educação contribuindo para o lema da ONU-SIDA: fim às desigualdades, fim à Sida, fim às pandemia! |
id |
RCAP_8558d7bd7b198bd04849c142fbbfc824 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.esenfc.pt:12219 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19VIHSidaDesigualdadesOs últimos 40 anos testemunharam um progresso notável na prevenção e tratamento do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e Sida (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, as respostas globais à pandemia de COVID-19 expuseram e agravaram as desigualdades na saúde global, com graves implicações na saúde sexual e no bem estar das populações. Durante a fase pandémica, houve uma menor resposta dos serviços de saúde pública direcionados para a prevenção, diagnóstico e tratamento das Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), particularmente o VIH e Sida. Nesta fase, quando comparada com períodos anteriores, houve diminuição da testagem do VIH em pessoas sem sintomas, redução na prescrição médica de profilaxia pós-exposição ao VIH, bem como a descontinuação da terapêutica preventiva. A pandemia teve também impacto na cadeia de fornecimento de medicamentos e produtos essenciais à prevenção, incluindo antirretrovirais e outros medicamentos, causando dificuldades no acesso a testes de diagnóstico destas doenças. Esta situação é mais grave em pessoas mais vulneráveis. De facto, a pandemia pôs a descoberto desigualdades, já há muito conhecidas, evidenciando aspetos estruturais da transmissão do VIH que importa superar. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) tem revelado que as pessoas que vivem com VIH e Sida têm mais complicações resultantes da infeção com COVID-19, maior probabilidade de internamento hospitalar e mais risco de morrerem. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para o menor acesso das pessoas com VIH e Sida a vacinas contra a COVID-19. Segundo a mesma organização, mais de metade das pessoas infetadas como o VIH vivem em países com desenvolvimento económico precário, que são também os que têm menor taxa de vacinação contra a COVID-19. Em 2021, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty) COVID-19 para pessoas infetadas com VIH, com idades superiores a 16 anos. E nesta sequência, alguns países consideram, hoje, as pessoas com VIH e Sida como um grupo prioritário para a vacinação. Toda a literatura na área alerta para a necessidade de melhorar o planeamento em saúde pública, planeamento este que deve ser sustentado por estudos de populações consideradas minorias sexuais ou étnicas, que permitam compreender o comportamento sexual e garantir estratégias que combatam as desigualdades no acesso à saúde, de forma a promover o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, durante e após a resposta à COVID-19. A Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), tem alertado para que se não forem tomadas medidas que minimizem estas desigualdades no acesso a cuidados de saúde, o mundo continuará inapto para a resposta a futuras pandemias. Só estratégias mais inclusivas e mais capazes de enfrentar estes desafios podem acabar com a epidemia do VIH e Sida. A equipa do projeto "Infeções sexualmente transmissíveis e saúde pública", em desenvolvimento na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participa na implementação de estratégias de prevenção e de educação contribuindo para o lema da ONU-SIDA: fim às desigualdades, fim à Sida, fim às pandemia!2022-02-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttp://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvsporhttp://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvsSimões, Isabel Maria HenriquesCamarneiro, Ana Paula Forteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2022-09-05T00:00:00Zoai:repositorio.esenfc.pt:12219Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T19:11:14.764156Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
title |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
spellingShingle |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 Simões, Isabel Maria Henriques VIH Sida Desigualdades |
title_short |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
title_full |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
title_fullStr |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
title_full_unstemmed |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
title_sort |
40 anos de VIH e SIDA: no tempo da pandemia COVID-19 |
author |
Simões, Isabel Maria Henriques |
author_facet |
Simões, Isabel Maria Henriques Camarneiro, Ana Paula Forte |
author_role |
author |
author2 |
Camarneiro, Ana Paula Forte |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Simões, Isabel Maria Henriques Camarneiro, Ana Paula Forte |
dc.subject.por.fl_str_mv |
VIH Sida Desigualdades |
topic |
VIH Sida Desigualdades |
description |
Os últimos 40 anos testemunharam um progresso notável na prevenção e tratamento do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e Sida (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, as respostas globais à pandemia de COVID-19 expuseram e agravaram as desigualdades na saúde global, com graves implicações na saúde sexual e no bem estar das populações. Durante a fase pandémica, houve uma menor resposta dos serviços de saúde pública direcionados para a prevenção, diagnóstico e tratamento das Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), particularmente o VIH e Sida. Nesta fase, quando comparada com períodos anteriores, houve diminuição da testagem do VIH em pessoas sem sintomas, redução na prescrição médica de profilaxia pós-exposição ao VIH, bem como a descontinuação da terapêutica preventiva. A pandemia teve também impacto na cadeia de fornecimento de medicamentos e produtos essenciais à prevenção, incluindo antirretrovirais e outros medicamentos, causando dificuldades no acesso a testes de diagnóstico destas doenças. Esta situação é mais grave em pessoas mais vulneráveis. De facto, a pandemia pôs a descoberto desigualdades, já há muito conhecidas, evidenciando aspetos estruturais da transmissão do VIH que importa superar. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) tem revelado que as pessoas que vivem com VIH e Sida têm mais complicações resultantes da infeção com COVID-19, maior probabilidade de internamento hospitalar e mais risco de morrerem. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado para o menor acesso das pessoas com VIH e Sida a vacinas contra a COVID-19. Segundo a mesma organização, mais de metade das pessoas infetadas como o VIH vivem em países com desenvolvimento económico precário, que são também os que têm menor taxa de vacinação contra a COVID-19. Em 2021, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a vacina Pfizer-BioNTech (Comirnaty) COVID-19 para pessoas infetadas com VIH, com idades superiores a 16 anos. E nesta sequência, alguns países consideram, hoje, as pessoas com VIH e Sida como um grupo prioritário para a vacinação. Toda a literatura na área alerta para a necessidade de melhorar o planeamento em saúde pública, planeamento este que deve ser sustentado por estudos de populações consideradas minorias sexuais ou étnicas, que permitam compreender o comportamento sexual e garantir estratégias que combatam as desigualdades no acesso à saúde, de forma a promover o acesso a cuidados de saúde de alta qualidade, durante e após a resposta à COVID-19. A Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS), tem alertado para que se não forem tomadas medidas que minimizem estas desigualdades no acesso a cuidados de saúde, o mundo continuará inapto para a resposta a futuras pandemias. Só estratégias mais inclusivas e mais capazes de enfrentar estes desafios podem acabar com a epidemia do VIH e Sida. A equipa do projeto "Infeções sexualmente transmissíveis e saúde pública", em desenvolvimento na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participa na implementação de estratégias de prevenção e de educação contribuindo para o lema da ONU-SIDA: fim às desigualdades, fim à Sida, fim às pandemia! |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-02-04 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/other |
format |
other |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs |
url |
http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://web.esenfc.pt/?url=exkGIhvs |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833597928219869184 |