Representações, cuidados de saúde, adesão e repercussões psicológicas na lombalgia crónica: um estudo com doentes em tratamento diferenciado

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Main Author: Roios, Edite Ferreira
Publication Date: 2013
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: https://hdl.handle.net/1822/25549
Summary: Tese de doutoramento em Psicologia (área de especialização de Psicologia da Saúde)
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spelling Representações, cuidados de saúde, adesão e repercussões psicológicas na lombalgia crónica: um estudo com doentes em tratamento diferenciado159.97:614614:159.97616.741Tese de doutoramento em Psicologia (área de especialização de Psicologia da Saúde)A lombalgia é um fenómeno complexo que representa um problema, apresentando-se como um quadro multidimensional com repercussões psicossociais limitativas para os seus doentes. Pretendeu-se estudar uma população de doentes com lombalgia crónica. A amostra incluiu 338 doentes sendo 213 no grupo em tratamento quiroprático e 125 no grupo em tratamento de fisioterapia. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional e transversal que avaliou as representações da doença, a satisfação com os cuidados de saúde, a adesão e as repercussões psicológicas em doentes com lombalgia crónica em tratamento diferenciado. Os instrumentos utilizados foram: Questionário de Satisfação do Utente (QUASU), Questionário de Representações de Doença (IPQ-R), Questionário das Crenças acerca dos Fármacos (BMQ), Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS), Inventário de Experiências Subjetivas de Sofrimento na Doença (IESSD), Escala de Atitudes Face aos Médicos e à Medicina (ATDMS), Escala de Adesão aos Medicamentos (RAM), Questionário de Incapacidade para a Lombalgia (Oswestry Low Back Pain Questionnaire) e Índice de Relacionamento Familiar (IRF). Foram testadas cinco hipóteses. A hipótese 1 pretendia conhecer a contribuição das diferentes variáveis para a Incapacidade Funcional nos dois grupos. Os resultados revelaram, no grupo em tratamento quiroprático, que maior Intensidade de Dor, Sofrimento Físico, Sofrimento Existencial e menor Controlo Interno/Pessoal previam a incapacidade funcional. No grupo em tratamento de fisioterapia, os resultados demonstraram que maior Idade, Intensidade de Dor, Sofrimento Existencial, Representações de Identidade da Doença, por um lado, menor Satisfação com os Cuidados de Saúde (Qualidade Técnica e Acesso aos Cuidados de Saúde), Adesão aos Medicamentos e Experiência Positiva de Sofrimento, previam a incapacidade funcional. A hipótese 2 previa que o Relacionamento Familiar fosse moderador na relação entre Sofrimento e Incapacidade Funcional em cada grupo de tratamento. Os resultados demonstraram que isso acontecia no grupo a receber tratamento de fisioterapia. Assim, nas situações em que o Relacionamento Familiar é melhor, a relação entre Sofrimento e Incapacidade Funcional é mais forte. No grupo em tratamento quiroprático não se verificou efeito moderador. A hipótese 3 previa que a variável Sofrimento fosse mediadora na relação entre Morbilidade Psicológica e Incapacidade Funcional no grupo em tratamento quiroprático e que as Crenças acerca dos Fármacos fossem mediadoras na relação entre Adesão aos Medicamentos e Incapacidade Funcional no grupo em tratamento de fisioterapia. Os resultados revelaram que o Sofrimento media a relação entre a Morbilidade Psicológica e a Incapacidade Funcional, no grupo em tratamento quiroprático e que as crenças de Uso Excessivo e Efeitos Nocivos dos fármacos são mediadoras na relação entre Adesão e Incapacidade Funcional mas tal não acontece em relação às crenças sobre Necessidades e Preocupações Específicas. A hipótese 4 previa que os doentes com nível alto de Incapacidade Funcional podiam ser discriminados dos doentes com nível baixo, em cada grupo de tratamento. No grupo em tratamento quiroprático, os pacientes que apresentaram maior Sofrimento Existencial, Sofrimento Físico, Experiencia Positiva de Sofrimento e baixo Controlo Interno/Pessoal pertencem ao grupo de incapacidade funcional alta. Para o grupo em tratamento de fisioterapia, verificou-se que os pacientes com mais Sofrimento Existencial, mais Crenças acerca Controlo da Dor (acontecimentos/acaso), menor Controlo Interno/Pessoal em relação á dor, menor Coerência em relação á doença, mais Controlo Pessoal e maior Identidade em relação à doença, mais Satisfação com a Qualidade Técnica e mais Sofrimento Sócio-Relacional, pertencem ao grupo de incapacidade funcional mais alta. A hipótese 5 previa diferenças nas representações da doença, crenças acerca do controlo da dor, atitudes em relação aos médicos e à medicina e, crenças em relação aos fármacos, nos dois tipos de tratamento. Os resultados mostraram que o grupo em tratamento quiroprático apresenta representações mais positivas de Controlo Pessoal, Controlo de Tratamento e de Coerência da Doença quando comparado com o grupo de fisioterapia. Por sua vez, o grupo em tratamento de fisioterapia apresenta representações mais negativas de Identidade da doença, Causas, Duração Aguda/Crónica, Consequências da doença, Duração cíclica e Representação emocional. As análises exploratórias revelaram que as variáveis sóciodemográficas (idade, género, nível de escolaridade e estado civil) e clínicas (intensidade de dor, frequência de dor, estado de saúde atual) apresentam um impacto diferenciado nas variáveis psicológicas, nos dois tipos de tratamento. As implicações em termos de intervenção são diversas. Salienta-se a necessidade de incluir a morbilidade psicológica, o sofrimento, o relacionamento familiar e duma forma geral, as representações de doença, incluindo o controlo da dor e as atitudes em relção aos médicos e medicina.Low back pain is a complex public health problem with multidimensional features and psicosocial implications that limit, in many areas, patients’ life. The present study focused on low back pain patients. The sample included 338 patients, 213 were receiving chiropractic treatment and 125 physiotherapy. The study is descriptive, correlational and transversal and its main goal was to assess Illness Perceptions, Health Care Satisfaction, Adherence, Psychological Morbidity and Psychosocial Implications in the two treatment groups. Several self-report measures were used: Patient Health Care Questionnaire (QUASU), Illness Perception Questionnaire - Revised (IPQ-R), Beliefs Medicines Questionnaire (BMQ), Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Illness Subjetive Suffering Experience Inventory (IESSD), Attitudes Toward Doctors and Medicine Scale (ATDMS), Medicines Adherence Scale (RAM), Oswestry Low Back Pain Questionnaire and the Index of Family Relations (IFR). Five hypotheses were tested. Hypothesis 1 predicted a contribution of different variables to functional incapacity in both groups. The results showed, in the chiropractic treatment, that higher Pain Intensity, Physical Suffering, Existential Suffering and lower Internal/Personnal Control predicted functional incapacity. In the physiotherapy treatment, older Age and more Pain Intensity, Existential Suffering, Illness Identity Representations, and lower Health Care Satisfaction, Medicine Adherence and Positive Experience of Suffering predicted functional incapacity. Hypothesis 2 predicted Family Relations to moderate the relationship between Suffering and Functional Incapacity in each treatment group. The results showed that happened in physiotherapy group. Thus, when family relations are good, the relationship between Suffering and Functional Incapacity is stronger. In the chiropractic treatment group the moderation was not found. Hypothesis 3 predicted that Suffering mediated the relationship between Psychology Morbidity and Functional Incapacity in the chiropractic treatment group and that Believes about Medicines mediated the relationship between Adherence and Functional Incapacity in the physiotherapy treatment group. Results showed that Suffering mediated the relationship between Psychological Morbidity and Functional Incapacity in the chiropractic group and that Excessive Use/ Nocive Effects beliefs about medicines mediated the relationship between Adherence and Functional Incapacity in the physiotherapy treatment group but that did not happen regarding the beliefs concerning Specifics Necessities and Concerns. Hypothesis 4 predicted that patients with high level of Functional Incapacity could be discriminated from patients with lower level of Functional Incapacity in each treatment group. In the chiropractic group, patients who presented higher level of Existential Suffering, Physical Suffering, Positive Experience of Suffering and lower of Internal/Personal Control were patients with higher levels of Functional Incapacity. In the physiotherapy group, patients with more Existential Suffering, more Believes about Pain Control (events/random), lower Internal/Personal Control regarding Pain, lower illness Coherence, more Personal Control regarding illness, more illness identity, more satisfaction with Technical Quality and more Socio-Relational Suffering belonged to the group with high functional incapacity. Hypothesis 5 predicted differences on illness representations, beliefs regarding pain control, attitudes towards doctors and medicines, and beliefs regarding medicines in each type of treatment. Results revealed that patients in the chiropractic treatment group, showed more positive Personal Control, more Treatment Control, and Illness Coherence when compared to the physiotherapy group. On the other hand, the physiotherapy group showed more negative illness representations regarding Illness Identity, Causes, Acute/Chronic Duration, Consequences, Cyclic Duration and Emotional Representation. The exploratory analysis showed that sociodemographic (age, gender, education level and marital status) and clinical variable (pain intensity, pain frequency, current health status). Have a different impact on psychological variables in each treatment group. There are several implications for intervention. It is important in low chronic back pain patients, to take in consideration, psychological morbidity, suffering, family relations, illness perceptions and beliefs about pain control and medicines as well as attitudes towards doctors and medicine.Pereira, M. GraçaUniversidade do MinhoRoios, Edite Ferreira2013-07-252013-07-25T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/25549por101300875info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2024-05-11T06:12:44Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/25549Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T15:44:49.305526Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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