Potencial antitumoral de cogumelos silvestres: um caso de estudo com espécies Leccinum.
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Publication Date: | 2016 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10198/13790 |
Summary: | Além de constituírem uma excelente opção como alimento devido ao seu valor nutricional, os cogumelos (silvestres e/ou comerciais) têm sido descritos como matrizes naturais com inúmeras propriedades bioativas, incluindo potencial antitumoral [1,2]. No presente trabalho foi estudado um extrato fenólico, obtido da espécie Leccinum vulpinum Watling, que revelou ser rico essencialmente em ácidos hidroxibenzóicos (nomeadamente ácido gálico, ácido protocatéquico e ácido p-hidroxibenzóico). Foi efetuado um screening inicial, testando o referido extrato contra um painel de linhas celulares tumorais humanas (MCF-7: adenocarcinoma de mama; NCI-H460: carcinoma de pulmão; HCT-15: adenocarcinoma colorectal; e AGS: adenocarcinoma gástrico), de forma a verificar o seu efeito no crescimento celular das linhas em estudo. Uma vez que a proliferação celular foi inibida em todas as linhas testadas, e dada a evidência de uma relação inversa entre o consumo de cogumelos e a redução do risco de incidência do cancro da mama [3], foi efetuado um estudo detalhado na linha celular MCF-7. Para tal, foram realizados alguns ensaios funcionais, de modo a verificar os efeitos do extrato na proliferação celular, no perfil de ciclo celular e apoptose. O potencial do extrato como indutor de danos ao nível do ADN foi também avaliado. De uma forma geral, o extrato fenólico da espécie L. vulpinum diminuiu a proliferação celular, sendo que o tratamento celular com uma concentração de extrato correspondente ao GI75 reduziu significativamente a percentagem de células na fase S do ciclo celular. Adicionalmente, o extrato induziu apoptose, sendo que o tratamento celular com uma concentração de extrato correspondente ao GI50 e ao GI75 aumentou a percentagem de células em apoptose para 13,4% e para 27%, respectivamente, enquanto os valores controlo de apoptose foram de 6 - 9%. Os resultados obtidos sugerem também que o extrato em estudo causou danos ao nível do ADN celular, uma vez que proteínas envolvidas na reparação de danos no ADN, nomeadamente PARP, ficaram sobre-expressas nas células tratadas com o extrato. Isto foi confirmado pelo Ensaio Cometa (Alkaline Comet Assay), tendo sido verificado um aumento significativo da percentagem de ADN na “cauda” do Cometa, após tratamento celular com 250 mg/mL de extrato. |
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